sábado, 8 de julho de 2017

BEBÉ NEZ-PERCÉ

Esta esplêndida fotografia foi tirada no Idhao por Edward S. Curtis (1868-1952). Mostra um bebé de uma das tribos Nez-Percé no seu berço. Este artefacto era portátil e transportado às costas da mãe.  Curtis era etnólogo e fotógrafo e foi, certamente, o artista/pesquisador que mais retratou os povos nativos da América do norte. Deixou-nos um espólio único e de valor incalculável, constituído por centenas de retratos de ameríndios e de fotografias reproduzindo Aa sua vida e os seus costumes.

«SON OF THE RENEGADE»

Este western de modestíssimo orçamento (e destinado às primeiras partes das populares sessões duplas) foi realizado em 1953 por Reg Browne. A sua produção foi assegurada pela companhia de Jack Schwarz; que contratou Johnny Carpenter, Lori Irving, Joan McKellen, Valley Keene e Jack Ingram para desempenharem os papéis principais. Esta fita tem fotografia a cores e uma duração de 56 minutos. Sinopse : um homem jovem regressa a Red River para reclamar a herança deixada por seu falecido pai; que fora, outrora, banido pelo xerife da povoação... Cavalgadas e tiroteios, constituem o prato forte servido às pouco exigentes plateias do tempo. Título brasileiro desconhecido.

'TRAIL BOSS'

Neste selo emitido pela administração postal dos EUA sobre a conservação e salvaguarda das pastagens, podemos ver -do lado esquerdo- a figura do 'Trail Boss'. Que era o chefe de equipa, o chefe de pista de um grupo de vaqueiros e responsável pela qualidade do trabalho efectuado e por muitas outras tarefas. Inclusivamente pelo comportamento dos seus homens fora e dentro do acampamento. Irresistivelmente, pensei na figura do actor Eric Fleming, da série televisiva «Rawhide». Que foi uma das melhores jamais produzidas sobre a vida rude e perigosa dos cowboys...

Eric Fleming no papel do contramestre Gil Favor, em «Rawhide».

sexta-feira, 7 de julho de 2017

«CANHÕES PARA CORDOBA»

«CANHÕES PARA CORDOBA» («Cannon for Cordoba») tem a assinatura de Paul Wendkos, que o realizou em 1970 para a companhia Mirich. Apesar de ser apresentado como uma fita norte-americana, este western foi inteiramente rodade em Espanha, muito provavelmente na região de Almeria; que, durante anos, fez figura de Hollywood ibérica. É um filme colorido e com 104 minutos de duração, que contou com a participação artística de George Peppard, Giovanna Ralli, Peter Dull, Raf Vallone, John Russell, Don Gordo, Francine York, etc. Como diz o outro, não é nada de, verdadeiramente, 'encher o olho'. E pelo qual valha a pena suspirar. O seu título brasileiro é idêntico ao que lhe foi atribuído no nosso país. Sinopse : no início do século XX, no norte do México em plena revolução. Um grupo de soldados da US Army entra -clandestinamente e sob o manto do anonimato- no México, com ordens para ali por cobro às perigosas actividades de um aventureiro local, o 'general' Cordoba. Depois de atacado e de deixar escapar algumas peças de artilharia, os 'gringos' vão virar a sua acção para a recuperação ou destruição desses canhões...

«HOSTILES»

«HOSTILES» foi (ou vai ser) estreado em 2017. As críticas que incidem sobre este novo western são excelentes e dão para acreditar que temos aqui uma obra que marcará o seu tempo. Oxalá não estejamos a ser demasiado optimistas ! Este filme teve realização de Scott Cooper e tem, nos seus principais papéis, os actores Christian Bale, Wes Studi, Rosamund Pike, Ben Foster e Jesse Piemons. É uma película a cores, com duração que ainda desconhecemos. A acção decorre no território do Novo México em 1892 e a história contada é a seguinte : um capitão de cavalaria em vésperas de obter a reforma, aceita cumprir uma derradeira missão; que consiste em escoltar (com alguns dos seus homens) um velho chefe Cheyenne, que deseja acabar os seus dias na terra sagrada dos seus antepassados. Mas o caminho será longo e cheio de surpresas. E a mais surpreendente será -para estes dois combatentes rivais das chamadas guerras índias- o facto de terem aprendido a respeitar-se e a aceitar-se tal como são. Como disse um crítico, «HOSTILES» não é uma narrativa sobre combates (...), mas sobre o caminho que conduz ao respeito, à reconciliação e ao perdão. Esperemos para ver. Curiosidade : parece não haver, na Net ou em qualquer outro lado, reprodução do cartaz deste novo western.

«TRADED»

«TRADED», inédito por cá (pelo menos segundo as informações que tenho), foi realizado em 2016 por Timothy Woodward Jr.. Que nesta fita dirigiu Kris Kristofferso, Trace Adkins, Michael Paré, Tom Sizemore, Martin Kove e Brittany Elizabeth Williams. Foi produzido/distribuído por Cinedign Entertainmente directamente para o mercado vídeo, segundo creio. É uma fita a cores, com 98 minutos de duração. «TRADED» foi inteiramente rodado na Califórnia, embora a acção se passe, por escolha do guionista, no Cansas em 1880. Onde Clay Travis, um antigo pistoleiro, vai arrumar as armas para se consagrar à criação de gado. Mas o destino vai negar-lhe um fim de existência tranquilo. Sua filha de 17 anos foge de casa e vai procurar trabalho num bordel de Dodge City; onde o pai a procura e deve disputá-la, de armas na mão, ao implacável La Voie, dono do estabelecimento...

NA HORA DA DESPEDIDA

Numa estação de caminhos-de-ferro, algures no Sul rebelde, um oficial confederado despede-se da esposa e do filho recém-nascido. Um comboio parece aguardar que o dito combatente se decida a embarcar para o conduzir ao seu regimento e ao campo de batalha. Repare-se no burburinho que reina na gare, onde os militares se interpelam e as caixas de munições e barris de pólvora se acumulam... Esta mui realista cena foi pintada pelo conhecido artista Mort Kunstler, autor de inúmeras telas sobre a fratricida guerra civil americana (1861-1865).

INCONGRUÊNCIAS

Estas duas capas de DVD's editados em Espanha são alusivas ao filme «Mosqueteiros do Oeste» («Kentucky Rifle»), realizado em 1955 (certas fontes dão-o como estreado no ano seguinte) por Carl K. Hittleman. Contêm, ambas, erros gritantes; como, por exemplo, a representação de carabinas de repetição Winchester, que, naturalmente, nada têm a ver com a histórica espingarda do Kentucky, usada pelos pioneiros em finais do século XVIII e nas primeiras década da centúria seguinte. Outra coisa que não se encaixa na área geográfica onde a acção desta aventura westerniana decorre, é o totem decorado que uma das capas apresenta. Com efeito, esse objecto também nada tem a ver com os Comanches da fita. Estes mastros artisticamente trabalhados pertencem, na realidade, à cultura dos ameríndios da costa do Pacífico. Abro aqui um parêntese para dizer que já vi alguns deles (autênticos), que estão expostos no Museu Canadiano de História (outrora chamado Museu das Civilizações), em Hull, no Canadá. Enfim, são detalhes que, acho eu, têm a sua importância... A propósito do uso da espingarda em apreço no conflito contra os Comanches (que se intensificou já na segunda metade do século XIX), penso que também é descabido. Usar essa arma nesse tempo, seria como, se nos nossos dias, utilizássemos um venerável Ford T nas nossas autoestradas.<br />
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Estas sim, são as famosas espingardas de pederneira do Kentucky; que tinham um comprimento descomunal e que, como todas as armas do seu tempo, se carregavam pela boca.

AMBULÂNCIA DOS APACHES DE SAN CARLOS

A tristemente célebre reserva de San Carlos -onde, em finais do século XIX, as autoridades político-militares dos Estados Unidos internaram, em condições infra-humanas, os últimos resistentes Apaches e suas famílias- foi teatro de dramas atrozes, que levaram ao desespero e à morte muitos dos companheiros e parentes de Geronimo (ele desterrado para a Flórida e, depois, para o Oklahoma), o grande caudilho e estratego ameríndio. O tempo passou, mas San Carlos não deixou de ser aquilo que sempre foi : uma área confinada, árida, sem grandes condições para se ser feliz. Mas, graças à racional administração do conselho tribal de San Carlos, as coisas melhoraram significativamente. Em matéria de saúde, por exemplo, a população Apache beneficia agora de centros sócio-médicos aceitáveis e de ambulâncias modernas e bem equipadas, que -como a que se vê na imagem anexada- asseguram o transporte de doentes em condições dignas de seres humanos.

A LEI DAS SÉRIES : «DEAD MAN'S GUN»

Esta série televisiva norte-americana (que, tanto quanto julgo saber, é inédita na Europa) foi produzida, entre 1997 e 1999, pelo departamento TV da companhia M.G.M.. Dela foram realizados 41 episódios a cores com uma duração unitária de 60 minutos. Foi criada por Ed e Howard Spielman. Foi inteiramente rodada no Canadá. A narração é assegurada por Kris Kristofferson. Tem mais de uma centena de protagonistas, entre os quais se contam os actores Jim Shield, Chilton Crane e Brenton Spencer. Os episódios são independentes uns dos outros e contam-nos a história de uma arma -um revólver- que sucessivamente perdido e achado, influi no destino do seu utilizador... O que não deixa de nos lembrar a Winchester 73 da fita homónima de Anthony Mann. Segundo informações colhidas aqui, ali e acolá, trata-se de uma série com qualidade. Que, naturalmente, todos nós -incondicionais do western- muito gostaríamos de poder ver por cá.