sábado, 17 de maio de 2014

MAS, AFINAL, QUEM FOI ALLAN PINKERTON ?

O nome de Allan Pinkerton é citado em vários westerns, sempre aliado à acção de uma famosa agência de polícia privada, que ainda hoje existe e que se chama Pinkerton Consulting and Investigtions. Allan Pinkerton, nasceu em Glásgua (na Escócia) a 25 de Agosto de 1819 e cedo começou a interessar-se pela política. Ainda jovem, aderiu ao British Chartist, um dos primeiros movimentos que, no Reino Unido, pugnou pelos direitos da classe operária. Mas, com pouco mais de 20 anos de idade, já casado, decidiu instalar-se nos Estados Unidos da América, onde procurou uma vida mais desafogada. Ali exerceu várias profissões, até que, em 1849, travou conhecimento com Edward Rucker -um advogado de Chicago- com o qual fundou, ainda nesse ano, a sua famosa agência de detectives. Cujo emblema era um olho bem aberto e cujo lema foi «We Never Sleep» ('Nós Nunca Dormimos'). Essa instituição privada chamou-se inicialmente North-Western Police Agency, mas passou a denominar-se, pouco depois, Pinkerton National Detective Agency. Organização que sempre se empenhou (contra remuneração, obviamente) na luta contra o crime organizado e na caça aos fora-da-lei. A agência Pinkerton especializou-se, muito particularmente, no combate aos assaltantes de bancos e de transporte de valores, tais como diligências e comboios. E ganhou tal fama no desempenho dessas missões arriscadas (foi Pinkerton que reinventou o conceito da infiltração de agentes) que, em 1861 -quando rebentou a guerra civil- foi o próprio presidente Lincoln que contratou a agência Pinkerton para realizar algumas missões de espionagem em território do inimigo e para assegurar a sua protecção pessoal. Aliás Lincoln foi salvo de um atentado em Baltimore, logo no início do seu mandato, pela acção dos experimentados homens de Pinkerton; a cujo chefe o presidente dos E.U.A. não hesitou entregar o cargo de director do 'Union Intelligence Service', a espionagem nortista. Assim, quando o conflito terminou, Pinkerton e os seus agentes regressaram à vida civil com um prestígio enorme e merecido. O que levou várias companhias financeiras e de transporte de valores a recorrerem aos seus serviços na luta contra, entre outras, as quadrilhas Reno e a dos irmãos James. Contra as quais os sucessos da agência foram, diga-se em abono da verdade, mínimas ou nulas. Em contrapartida, há que reconhecer-lhe mérito na luta contra a quadrilha de Butch Cassidy ('the Wild Bunch'), que os agentes da Pinkerton ajudaram a desmantelar. Outra faceta da agência Pinkerton que é necessário referir, é a luta que esta polícia privada desencandeou (a mando do patronato ianque) contra os sindicatos e contra os movimentos sociais que -nos 'states', de finais do século XIX e de inícios da centúria seguinte- lutavam a favor de melhores salários e de condições de trabalho mais humanas. O que não deixa de ser surpreendente, se considerarmos o passado de militância de Pinkerton durante os seus anos de juventude. Talvez a explicação resida no facto de Allan Pinkerton ter morrido em 1884, em Chicago, das sequelas de uma queda e os 'feitos' anti-sociais da sua agência serem, quase todos eles, posteriores ao seu passamento :  Homestead Strike (1892), Pullman Strike (1894), Ludlow Massacre (1914), em que os agentes Pinkerton se encarniçaram contra os operários siderúrgicos, os ferroviários e os mineiros, respectivamente. As fotos anexadas mostram Pinkerton a cavalo durante o período da Guerra de Secessão, o emblema da organização que ele fundou e uma placa identificativa dos seus agentes. Na última imagem (à esquerda), vêmo-lo ao lado do presidente Abraão Lincoln e de um general das tropas federais.

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