Ainda as estrelas brilham no céu e já os cowboys abandonam o conforto relativo do rancho para irem cumprir as suas obrigações quotidianas. A neve e o frio dos rigorosos invernos não constituem obstáculos para estes homens rudes do Oeste, habituados a uma geografia de climas extremos. Que eles acabaram por domar, como o fazem, todos os dias, com os potros selvagens...
Western de George Sherman (1946), «RENEGADOS» («Renegades») conta-nos o itinerário de uma mulher do Oeste, que rejeita o amor de um médico para correr atrás de um jovem bandoleiro; que a vai arrastar para uma vida de aventuras perigosas e à margem da lei. Filme colorido, com uma duração de 77 minutos e produção dos estúdios Columbia Pictures. Com Evelyn Keys, Willard Parker, Larry Parks, Edgar Buchanan, Forrest Tucker e Jim Bannon. O seu título brasileiro é «Bandoleiros».
Sem título português, pelo facto de nunca ter sido explorado comercialmente no nosso país. Teve realização de Joseph Kane (1939) e contou com a participação de Roy Rogers, George 'Gabby' Hayes, Donald Barry, Pauline Moore e Arthur Loft. Produção da Republic Pictures, fotografia a preto e branco e 63 minutos de duração. A história contada : Roy Rogers infiltra o bando de Jesse James, que acaba de assaltar mais um banco. Mas descobre, aquando da sua investigação, que os autores da façanha é gente que, desavergonhadamente, usurpou as identidades dos famosos fora-da-lei. Título no Brasil : «Dias de Jesse James».
«A CONQUISTA DO OREGON» («Oregon Passage») foi realizado em 1958 por Paul Landres. É uma pequena produção Allied Artists (com distribuição dos Artistas Associados), filmada a cores e com 80 minutos de duração. No elenco surgem os nomes de John Ericson, Lola Albright, Toni Gerry, Edward Platt e Walter Barnes, actores que asseguram os principais papéis. A história começa assim : 1871, no Oregon. Um oficial da cavalaria dos Estados Unidos ataca o acampamento de uma tribo Shoshone, julgando poder capturar, ali, o chefe Black Eagle, acusado de sublevar os índios da região contra os pioneiros brancos... Título brasileiro desta fita dispensável : «Emboscada Selvagem».
«O GRANDE INIMIGO» («Money, Women and Guns») estreou em 1959. Com realização de Richard Bartlett, contou com a participação artística de Jock Mahoney, Kim Hunter, Tim Hovey, William Campbell, Lon Chaney Jr., Tom Drake, etc. Esta fita tem a marca dos estúdios Universal, foi filmada a cores e tem uma duração de 80 minutos. A historia contada é a de um velho e rico garimpeiro, que deixa uma avultosa soma em herança. Para tanto, e antes de morrer, designou os nomes dos seus cinco herdeiros. É por eles que o agente federal Silver Hard Hogan começa a sua investigação sobre o assassínio do afortunado idoso. No Brasil, esta película recebeu o título «Falta Um Para Vingar». Tenho uma excelente cópia DVD deste filme editada em França.
Esta película foi realizada em 1959 por Melvin Frank. Conta-nos a história de um homem tremendamente ambicioso que -em vésperas da guerra civil- alimenta o projecto de separar o Texas da União e de ali construir um império. As suas pretensões serão contrariadas por um antigo fora-da-lei, a quem o governo dos 'states' promete um indulto, se este o ajudar a neutralizar o renegado que ameaça -com o seu exército privado- desintegrar a unidade territorial do país. Com Jeff Chandler, Fess Parker, Nicole Maurey, Henry Silva, Leo Gordon, Frank DeKova, etc. Fita produzita pela Paramount Pictures, «SENDA DE GIGANTES» («The Jayhawkers») foi filmada a cores e tem uma duração de 100 minutos. Título brasileiro : «A Encruzilhada dos Facínoras». Os amantes de westerns esperam, há muito, uma cópia remasterizada deste interessante filme.
«OUVEM-SE TAMBORES AO LONGE» («Drums Along the Mohawk» ) foi o primeiro filme colorido de mestre John Ford; que o realizou em 1939. A par desse detalhe curioso, esta grandiosa película -com Henry Fonda, Claudette Colbert, Edna May Oliver, Eddie Collins e John Carradine- é também um fresco sobre a vida aventurosa dos primeiros colonos a instalarem-se no vale do rio Mohawk, a ilustração dos combates travados pelos 'insurgents' contra o domínio britânico na América do norte e muito mais ainda. A editora francesa de videogramas Sidonis-Calysta vai lançar, já nas próximas semanas, uma cópia sobre suporte 'Blu-ray', que todos os amadores de bom cinema aguardam com impaciência. E que eles consideram já como um soberbo presente de Natal. Aleluia !!!
Por opção, decidi colocar neste blogue informação sobre filmes ambientados no Oeste e estreados a partir do ano de 1939. Este «O GRITO DA SELVA» («Call of the Wild») data de 1935 e será uma das excepções à regra que me impus. Trata-se de uma película realizada em 1935 por William A. Wellman, inspirada na obra-prima do escritor-aventureiro Jack London. A versão cinematográfica do romance foi, aliás, repetida ao longo de todo o século XX pela indústria hollywoodiana. Já aqui tivemos, aliás, a ocasião de falar de alguns deles. Esta fita a preto e branco conta, como os já evocados 'remakes', a aventura de um jovem e de um cão nas terras geladas do noroeste americano, sacudido pela febre do ouro. As vedetas principais do cartaz foram Ckark Gable, Loretta Young, Jack Oakie, Reginald Owen, Frank Conroy e Katherine DeMille. Foi filmados a preto e branco e tem uma duração de 95 minutos. Um clássico, intitulado no Brasil «O Grito das Selvas». Possuo uma cópia restaurada desta fita adquirida em Espanha; que não está legendada no nosso idioma.
«A DILIGÊNCIA DO MEDO» («Stagecoach to Fury») é um modesto western de William Ckaxton, que contou com a participação dos actores Forrest Tucker, Wallace Ford, Rodolfo Hoyos, Paul Fix, Rico Alaniz e Wright King. Produzido pela firma 20th. Century Fox, este filme tem fotografia a preto e branco e uma duração de 75 minutos. A história contada é a seguinte : um grupo de bandoleiros mexicanos investe a estação de muda de uma companhia de dilugências e ameaça os viajantes de contra eles exercer represálias, se estes não desvendarem o paradeiro do carregamento de ouro, que a carruagem transportava... Título brasileiro : «Prisioneiro do Ouro».
Esta película teve realização (em 1975) de Jack Arnold e foi co-produzida pela 'star' do futebol americano Fred Williamson; que aqui também assumiu o principal papel do elenco, depois de ter participado (em colaboração com Arnold) na escrita do respectivo guião. Filme colorido e com uma duração de 87 minutos «BOSS NIGGER» (m.t.) conta-nos a história de dois caçadores de prémios, negros, que vão impor a sua pouco consensual presença e a sua autoridade numa recuada cidade do Oeste selvagem. Com o já referido Fred Williamson, D'Urville Martin, William Smith e R. G. Armstrong. Títulos brasileiros : «Os Poderosos Também Caem» e «Chefe Negro».
«FOUR FAST GUNS» (com títulos português e brasileiro desconhecidos) é um western estreado em 1960, que teve realização de William J. Hole Jr.. No seu cartaz figuram os nomes de James Craig, Martha Vickers, Edgar Buchanan, Brett Halsey e Paul Richards. Distribuída pela Universal International, esta fita tem fotografia a preto e branco e uma duração de 72 minutos. Nunca vi esta película, que conta a história de um pistoleiro, que, chegado à localidade de Purgatory (Arizona), se dá conta que a cidade é controlada com mão de ferro por um cidadão deficiente e pela sua irmã, que gere o 'saloon' local. Estará também ele disposto a dobrar a cerviz e, tal como a população da terra, submeter-se à vontade dos tiranos ? Sem cópia DVD por cá, pela Europa.
Esta fita é fruto de uma alargada cooperação internacional : Estados Unidos, México e França produziram; a realização foi confiada aos cineastas dinamarqueses Joachim Ronning e Espen Sandberg, que trabalharam com base num guião escrito pelo francês Luc Besson. O elenco de «BANDIDAS» (m.t.) também é supranacional, visto integrar Salma Hayek, Penélope Cruz, Steve Zahn, Sam Shepard, Dennis Arndt e Dwight Yoakam. Hábil mescla de acção e de comédia, este singular western dá o vedetismo a duas mulheres, que apostam vencer e humilhar -pelas armas e pelo charme- um bandido atrevido e machista. Teve distribuição mundial da 20th. Century Fox, é colorido e dura 93 minutos. Título brasileiro idêntico ao usado no nosso país.
«DUELO AO SOL» («Duel in the Sun») , foi realizado em 1946 por King Vidor. Cineasta que reuniu à sua volta (para nos poder apresentar esta maravilha da 7ª Arte) actores de grande classe e prestígio, tais como Jennifer Jones, Gregory Peck, Joseph Cotten, Lionel Barrymore, Lillian Gish, Walter Huston, Charles Bickford e Harry Carey, entre outros. Drama intenso, esta película conta-nos uma estória de amor e de exacerbadas paixões, que se desenrola nos vastos espaços do Texas de fins do século XIX. Adjectivado de barroco, de monumental, de fulgurante, este western -que marcou o cinema norte-americano da passada centúria- não se distingue só pela sua temática e pelo trabalho gerado pela plêiade de comediantes já referidos. «DUELO AO SOL» vale também pela beleza da sua fotografia a cores -da autoria do trio formado por L. Garmes, H. Rosson e R. Rennahan- e por uma explêndida música de fundo, que tem a assinatura do consagrado compositor e chefe de orquestra Dimitri Tiomkin. Esta película foi produzida por David O'Selznick (que era casado, ao tempo, com a principal estrela do cartaz) e tem uma duração de 2 h 15. Já tem DVD editado em Portugal.
«LUTA SEM TRÉGUAS» («Westbound») é um western de Budd Boetticher datado de 1959. Como esperado, tem no papel relevante o actor Randolph Scott, que foi um dos seus preferidos. Mas este não é (longe disso...) um dos melhores filmes dos muitos que fizeram juntos. Sinopse : durante a guerra entre estados, um capitão nortista é desmobilizado para poder cumprir, discretamente, uma missão da maior importância para a União : organizar o transporte de ouro da Califórnia para os cofres governamentais. Ainda com Virginia Mayo, Karen Steele, Michael Dante e Michael Pate. Filme colorido produzido pela companhia Warner Bros. e com 66 minutos de duração. O seu título brasileiro é «Um Homem de Coragem». Já com edições videográficas na Europa.
Realizado, em 1953, por Ray Nazarro -um homem com muitos westerns no seu activo- «KANSAS-PACIFIC» (m.t.) é um filme com acção decorrente nos meses que precedem a guerra civil. E relata-nos os problemas de um oficial do exército da União com um grupo de sabotadores simpatizantes da secessão sulista. Com a chancela da pequena companhia Allied Artists, esta película colorida (e com uma duração de 73 minutos) já tem várias edições DVD, mas não no nosso país. Onde também nunca estreou (que eu saiba) nas salas obscuras. Curiosamente (e espantosamente !), no Brasil, tem vários títulos : «Abrindo Horizontes», «A Ferrovia da Morte», «Kansas-Pacific, a Ferrovia da Morte», «Sabotagem no Kansas» e provavelmente outros que eu desconheço. Com Sterling Hayden, Eve Miller, Clayton Moore, Douglas Fowley, Reed Hadley, etc.
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Esta película nunca estreou, ao que creio, nas salas portuguesas, mas teve por cá (no nosso país) uma edição VHS legendada na nossa língua. É uma das versões cinematográficas que contam a horrível história de um pioneiro, que -no Colorado de fins do século XIX- recorreu ao canibalismo para sobreviver, numa situação extrema. «A LENDA DE ALFRED PACKER» (The Legend of Alfred Packer») é (eu vi-o há muitos anos) um filme desinteressante, que não me mereceu segunda visualização. Teve realização (em 1980) de James W. Roberson e recorreu ao concurso dos actores Patrick Dray, Ron Haines, Jim Dratfield e Bob Damon para protagonizar os principais papéis. Teve distribuição (nos países onde chegou às salas de cinema) da American National Enterprises. Foi filmado a cores e tem uma duração de 93 minutos. Título brasileiro desconhecido.
Inspirada num romance de Zane Grey, esta belíssima fita (com exteriores rodados no Utah) foi realizada por George Sherman e estreada no ano de 1949. «SANGUE ARDENTE» («Red Canyon») é um western com a chancela dos estúdios Universal, foi filmado a cores e tem uma duração de 82 minutos. Os primeiros nomes do cartaz são os de Ann Blyth, Howard Duff, George Brent, Edgar Buchanan, John McIntire e Chill Wills. A história começa assim : Um jovem cowboy persegue um soberbo cavalo selvagem numa região agreste do Oeste. Ali trava (furtuitamente) conhecimento com uma moça, que ele não pode imaginar ser a filha do maior rancheiro do território e o mais acérrimo inimigo da sua própria família.... Título brasileiro : «Escrava do Ódio». Lamentavelmente não conheço videogramas editados desta película. Talvez nos Estados Unidos...
«RIO DO MASSAGRE» («Massacre River») foi realizado por John Rawlins em 1949. Conta-nos a história de dois oficiais do exército, destacados no Oeste, que são rivais por questões do coração, pois ambos amam a mesma mulher. Mas, perante a iminência de um ataque dos pele-vermelhas, vão unir-se e pelejar ombro a ombro. Pequena produção da companhia Allied Artists, filmada a preto e branco e com 78 minutos. Elenco : Guy Madison, Rory Calhoun, Carole Matthews, Cathy Downs, Johnny Sands, Steve Brodie e Iron Eyes Cody. Sem DVD à vista. Título no Brasil : «Rio Sangrento».
O comandante de um forte do Oeste, onde está estacionada uma unidade da cavalaria do exército dos Estados Unidos, reclama aos seus superiores hierárquicos o envio urgente de montadas. Até que recebe a grata notícia de que vai receber um lote de puros-sangue árabes. E fica espantado quando, uns dias mais tarde, vê chegar ao forte... uma cáfila de camelos ! Western humorístico (mas baseado em factos reais e já abordados noutros filmes), realizado em 1976 por Joe Camp. Esta fita -«HAWMPS !»- (m.t.) foi distribuída pela firma Mulberry Square Productions, foi filmada a cores e tem uma duração de 114 minutos. Com James Hampton, Christopher Connely, Slim Pickens, Gino Conforti, Mimi Maynard, Jack Elan, Jesse Davis, Denver Pyle, etc. Título brasileiro desconhecido.
Esta fita foi realizada em 1958 por Charles Marquis Warren; que aqui dirigiu Joel McCrea, Gloria Talbot, Don Haggerty, Phyllis Coates, Bing Russell e Richard Shannon. «O IMPÉRIO DO GADO» («Cattle Empire») é um western produzido pela 20th. Century Fox, que foi filmado a cores e que tem 80 minutos de duração. Sinopse : de regresso à sua terra natal, depois de ter cumprido uma longa pena de cadeia (por ter arcado com as culpas do mau comportamento dos cowboys que chefiava), um homem é ali recebido da pior maneira. E, pouco depois, vê-se envolvido numa guerra de interesses, travada entre dois rancheiros rivais. Nada de particularmente interessante na filmografia do saudoso Joel McCrea. Tenho uma cópia DVD deste filme, adquirida em Espanha. Título brasileiro : «Homens sem Lei».
Nas regiões montanhosas do Faroeste, o transporte de mercadorias fazia-se, por razões óbvias, com o auxílio de equídeos : cavalos, mulas, burros. Animais que ofereciam a vantagem de poder passar por sítios onde um veículo não podia, de forma alguma, circular. A distância entre aglomerados populacionais e ranchos era, por vezes, enorme; de modo que os homens que conduziam esses animais de carga eram obrigados a pernoitar 'sob as estrelas´ -submetidos ao frio e às intempéries- durante noites consecutivas. Esses inconvenientes aumentavam, de maneira substancial, o preço das mercadorias, que esses corajosos transportadores traziam de cidades mais ou menos longínquas e levavam até aos mais recônditos lugares do Oeste selvagem. A tela aqui apresentada, dá dessa actividade uma imagem algo romântica, que estava longe de corresponder à verdade dos factos. É que esses rudes almocreves, além do seu trabalho penível, também não estavam ao abrigo de surpresas desagradáveis : encontros com feras (ursos, lobos, pumas), com tribos pele-vermelhas belicosas e com salteadores sem lei, nem piedade. (Clicar com o rato sobre a imagem, para a ampliar).
