sábado, 29 de outubro de 2016

A JUSTIÇA A OESTE DO PECOS

Todos os apaixonados pela cultura western conhecem a figura do juiz Roy Bean; que pretendia representar a lei a oeste do Pecos. O homem (que existiu realmente, não haja a mínima dúvida) foi 'herói' de BD's, de filmes, de séries e de folhetins da TV. Esta criatura -muito controversa- possuía uma tasca num ermo do deserto de Chihuahua, no oeste do Texas. Para além de negociante de bebidas, de madeiras roubadas e de ter contrabandeado armas para a Confederação dos Estados do Sul e para o México, este aventureiro fora do comum (natural do Kentucky) autoinvestiu-se nos papéis de advogado, de notário, de juiz de paz, e de legislador arbitrário. Sem ter diplomas, obviamente, e apesar (ao que se disse) da sua qualidade de iletrado. A sua justiça era sumária e raramente terminava com penas de prisão. Roy Bean preferia aplicar multas pesadas àqueles que lhe caiam nas mãos. Multas que revertiam, invariavelmente, a favor da sua própria pessoa. Das muitas histórias que se contam sobre esta singular personagem e da sua justiça, conta-se a de um homem falecido acidentalmente e em cujo corpo o juiz Bean encontrou um revólver e a soma de 41,50 dólares. A sentença foi esta : confiscação da arma de fogo e multa de 41,50 por porte de arma proibida. De uma outra vez, o desavergonhado Roy Bean terá discutido com um cliente do seu estaminé, que lhe reclamou o troco de uma nota de 20 dólares que usara para pagar um copo de uisque tabelado em 30 cêntimos. O caso terminou logo ali, no botequim rapidamente transmutado em tribunal, e com a condenação (por ofensas) do cliente. Que se viu obrigado a pagar, mais uma vez, a bebida e uma multa de 19,70 dólares. Roy Bean -que é, hoje, uma popular figura do folclore do Oeste- morreu em 1903 e deixou 5 filhos. Hollywood, que gosta muito destas personagens marginais do tempo da conquista do Faroeste, dedicou-lhe vários filmes, sendo os mais conhecidos «The Westerner» (de William Wyler, 1940) e «The Life and Times of Judge Roy Bean» (de John Huston, 1972). Mas muitos outros mais referem a sua caricata figura. Outra lenda que perdurou sobre o juiz Bean, foi a de que era loucamente apaixonado pelo belo canto e fervoroso admirador de algumas grandes vozes da sua época.

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