«A MALDIÇÃO DE SÃO FRANCISCO»

Realizada por Joseph Kane, em 1945, o filme «A MALDIÇÃO DE SÃO FRANCISCO» («Flame of Barbary Coast»), foi distribuído pela companhia Republic Pictures. No seu elenco constam os nomes de John Wayne, Ann Dvorak, Joseph Schildkraut, William Frawley, Paul Fix, etc. Produzida para comemorar o 10º aniversário da Republic, «A MALDIÇÃO DE SÃO FRANCISCO» foi a primeira película de Kane a beneficiar de um orçamento confortável. Sinopse : um jovem ganadeiro de Montana é 'aliviado' de parte da sua fortuna por Tito Morell, um hábil batoteiro de São Francisco. De regresso a casa, Duke Fergus vai aprender todos os truques do póquer (mesmo os mais rasteiros) com um jogador veterano. De regresso à grande cidade do Pacífico, o outrora inexperiente Duke vai arrasar o seu rival e fundar o seu próprio salão de jogos. Está-se em 1906 e o devastador terramoto que arrasa a cidade vai interpor-se no seu caminho... Esta fita tem fotografia a preto e branco, 91 minutos de duração e já está editada (sobre suporte DVD) em Portugal. Título brasileiro : «Um Dia Voltarei».

NOVO LIVRO DE TEMÉTICA WESTERN

Acaba de publicar-se, em França, o livro «LES INDIENS DANS LE WESTERN AMÉRICAIN», da autoria de Mathieu Lacoue-Labarthe. Esta obra (que vai, sem dúvida, interessar todos os fãs do género) é proposta 'on line', pela Amazon.fr, a um preço inferior a 24,00 euros. Aqui fica o aviso aos interessados.

A ARTE DE CAROL CAVALARIS

Aqui deixo -para deleite de quem, ocasionalmente, visita este blogue- duas obras da artista norte-americana Carol Cavalaris, que vive no Colorado. Estes trabalhos intitulam-se, respectivamente, «Spirit of the Butterfly» e «Spirit of the White Buffalo» e são reveladores da sensibilidade daquela que as concebeu e realizou. Sem mais comentários.

«O MESTIÇO»

«O MESTIÇO» («The Half-Breed») É um filme colorido da RKO, com 81 minutos de duração. As principais figuras do cartaz -deste western realizado, em 1952, por Stuart Gilmore- são Robert Young, Janis Carter, Jack Buetel e Barton MacLane. Já tive uma cópia VHS deste filme (que perdi), proveniente de uma gravação da TV. O que posso dizer sobre a qualidade de «O MESTIÇO», é que é um filmezito de grande série e sem verdadeiro interesse para o westérnófilo comum. Se bem me lembro, a sua acção decorre no tempo das guerras índias. Os heróis são um mestiço e um agente federal, que unem esforços para aproximar duas comunidades que se digladiam. Título no Brasil : «Os Covardes Não Vivem».

«MOSQUETEIROS DO OESTE»

«MOSQUETEIROS DO OESTE» («Kentucky Rifles»), que eu nunca vi, conta a história de uma caravana (que atravessa uma região de índios hostis), cujos carroções transportam armas. Que são alvo da cobiça dos pele-vermelhas e que é imprescindível defender, a todo o custo, para que os pioneiros brancos possam sobreviver num território contestado pelas duas comunidades étnicas. Esta modesta fita foi realizada, em 1956, por Carl K. Hittleman e tem nos actores Chill Wills, Sterling Holloway, Lance Fuller, Cathy Downs e Henry Hull os principais intérpretes. «MOSQUETEIROS DO OESTE» é um filme colorido e com uma duação de 84 minutos. Não lhe conheço edições DVD na Europa, nem sei como se intitula no Brasil.

«ALVORADA VERMELHA»

Esta película de fraco orçamento -produzida pela companhia Universal International em 1955- tornou-se, com o tempo, um filme culto. E não só dos amadores de westerns. Realizada por Edgar G. Ulmer, conta-nos a história de Manuel, um camponês mexicano, que, espicaçado pela sua ambiciosa mulher, aceita participar no roubo de um comboio. Enquanto a sua companheira arquitecta planos para se livrar dele e fugir com Santiago, um aventureiro sem escrúpulos... Este western muito pouco convencional, é colorido e tem 82 minutos de duração. A sua cópia videográfica foi lançada, há poucas semanas, em França, sobre suportes DVD e 'Blu.ray'. «ALVORADA VERMELHA» («Naked Dawn») tem, na interpretação dos principais papéis, Arthur Kennedy (num dos seus melhores trabalhos), Betta St. John, Eugene Iglesias, Charlita, Francis McDonald e Roy Engel. Curiosamente, no Brasil, esta fita tem dois títulos : «Alvorada Vermelha» e «Madrugada de Traição».

«O COMBOIO DO INFERNO»

Um comboio militar atravessa uma região inóspita do Oeste, rumo a Fort Humboldt, no território do Montana. Vários crimes ocorrem a bordo da composição ferroviária e, rapidamente, se chega à conclusão que o seu autor é um misterioso passageiro de nome John Deakin. Acontece. porém, que o indigitado criminoso é, ma realidade, um agente federal. Que acabará por desmascarar o verdadeiro culpado e por apurar o móbil dos crimes cometidos... Este bom policial (com acção no faroeste de fins do século XIX) inspirou-se num romance de Alistair MacLean. «O COMBOIO DO INFERNO» («Breakheart Pass») foi realizado, em 1975, por Tom Gries e tem, interpretando os principais papéis, os actores Charles Bronson, Jill Ireland (sua esposa na vida real), Richard Crenna, Ben Johnson e David Huddleston. Colorido e com uma duração de 90 minutos, este western diferente tem a chancela da United Artists. Existem cópias DVD em vários países, nomeadamente no Brasil, onde esta fita se intitula «O Trem do Inferno».

«A FLECHA QUEBRADA»

Apontado como sendo um dos primeiros filmes 'pró-índios' da História do Cinema, «A FLECHA QUEBRADA» («Broken Arrow»), que Delmer Daves, realizou em 1950, é, com efeito, uma emocionante película consagrada à amizade entre seres de raças diferentes e rivais. Baseado na acção de duas figuras reais -Cochise e Tom Jeffords- esta fita já faz parte daquelas obras que concorreram para dar uma imagem diferente e mais humana dos chamados (depreciativamente) pele-vermelhas da América do norte. Com um elenco de luxo, constituído pelos actores James Stewart, Jeff Chandler e Debra Paget, nos principais papéis, «A FLECHA QUEBRADA» (filme que já tem edição DVD em Portugal) é uma referência do bom cinema western. Foi produzido pelos estúdios 20th. Century Fox, é colorido e tem uma duração de 93 minutos. Título no Brasil : «Flechas de Fogo». Nota : como é possível constatar numa das imagens anexadas, a edição DVD portuguesa tem, na lombada, o título A Operação Flecha Quebrada. Erro grosseiro e ridículo.

«CAVALGADA DE PAIXÕES»

O western «CAVALGADA DE PAIXÕES» («Stagecoach») foi realizado, em 1966, por Gordon Douglas e é um 'remake' do clássico «Cavalgada Heróica», de John Ford. Menosprezado por toda a gente, tanto nos E.U.A., como no estrangeiro, este filme vale mais (no entanto e a meu ver) do que que aquilo que dele disse a generalidade dos críticos cinematográficos. Sem fazer esquecer o original de 1939, «CAVALGADA DE PAIXÕES» é, quanto a mim, um bom western. Cujo entrecho (inspirado numa conhecida obra de Ernest Haycox) até trocou os desertos do Arizona por uma região de luxuriantes florestas, situada no noroeste dos 'states' e os Apaches de Gerónimo pelos Sioux. Os actores contratados pela produção (Van Heflin, Red Buttons, Mike Connors, Ann-Margret, Alex Cord, Bing Crosby, Slim Pickens, Stefanie Powers, Keenan Wynn, etc) são excelentes, embora não façam, é certo, esquecer aqueles que, precedentemente, trabalharam com Ford. De realçar, neste filme, são a belíssima fotografia a cores -da autoria de William H. Clothier- e a música original, cuja partitura se ficou a dever a Jerry Goldsmith. Produzido pela companhia 20th Century Fox, «CAVALGADA DE PAIXÕES»  tem uma duração de 115 minutos. Já existem, na Europa, várias edições DVD e Blu-ray (de excelente qualidade) deste injustiçado western; que no Brasil se intitula «A Última Diligência».

«A MANADA PERDIDA»

Modesta fita de cowboys realizada, em 1951, por Kurt Neumann e com Joel McCrea, Dean Stockwell, Chill Wills e Bob Steele nos principais papéis. A história parece-me ter sido inspirada na obra de Kipling «Lobos do Mar», transposta para o Oeste americano. Esta simpática produção dos estúdios Universal, é colorida e tem uma duração de 77 minutos. Não conheço edição videográfica europeia deste filme, cujo título original é «Cattle Drive» e que se chama «O Estouro da Manada» no Brasil.

TODOS OS WESTERNS DA FILMOGRAFIA DE JOEL McCREA

Figura incontornável do cinema western, o actor Joel McCrea (1905-1990) participou em 33 películas daquele que foi considerado  «o género mais genuíno do cinema americano». Isto, sem falar nos episódios que fez para a televisão, quando rodou (com o seu filho Jody a seu lado) a série «Wichita Town», que comportou 26 minifilmses de 30 minutos cada um. Neto de autênticos pioneiros do Oeste (*), Joel McCrea estava, pois talhado para encarnar o papel de xerifes e de outros justiceiros popularizados pelo cinema de Hollywood durante cinco décadas. Igual (quer se queira ou não) de Cooper, de Wayne, de Scott, de Stewart e de tantos outros inesquecíveis cavaleiros do celulóide, este cowboy das pantalhas deixou a sua marca nalgumas das mais notáveis fitas (**) que jamais se produziram sobre a saga westerniana. Aqui fica a lista exaustiva de todas as películas (do género que nos interessa) em que ele participou. E das quais ( à excepção de 6 ou 7) eu possuo cópias :

 

01-   «CIDADE SEM LEI» («Barbary Coast», Howard Hawks, 1935);

02-   «UMA NAÇÃO EM MARCHA» («Wells Fargo», Frank Lloyd, 1937);

03-   «ALIANÇA DE AÇO» («Union Pacific», Cecil B. DeMille, 1939);

04-   «A MULHER DO GRANDE SENHOR» («The Great Man’s Lady», William A. Wellman, 1942);

05-   «AS AVENTURAS DE BUFFALO BILL» («Buffalo Bill», William A. Wellman, 1944);

06-   «THE VIRGINIAN» (i.p., Stuart Gilmore, 1946);

07-   «RAMROD» (i.p., André de Toth, 1947);

08-   «FOUR FACES WEST» (i.p., Alfred E. Green, 1948);

09-   «MERCADORES DE INTRIGAS» («South of Saint Louis», Ray Enright, 1949);

10-   «GOLPE DE MISERICÓRDIA» («Colorado Territory», Raoul Walsh, 1949);

11-   «A VANGUARDA» («The Outriders», Roy Rowland, 1950);

12-   «ESTRELAS NA MINHA COROA» («Stars in My Crown», Jacques Tourneur, 1950);

13-   «QUATRO FILHOS E UMA NOIVA» («Saddle Tramp», Hugo Fregonese, 1951);

14-   «UMA MULHER INDOMÁVEL» («Frenchie», Louis King, 1951);

15-   «A MANADA PERDIDA» («Cattle Drive», Kurt Neumann, 1951);

16-   «O ÚLTIMO DUELO» («The San Francisco Story», Robert Parrish, 1952);

17-   «O INIMIGO SOLITÁRIO» («Lone Hand», George Sherman, 1953);

18-   «ZONA LIVRE» («Border River», George Sherman, 1954);

19-   «INDOMÁVEL» («Black Horse Canyon», Jesse Hibbs, 1954);

20-   «WICHITA» («Wichita», Jacques Tourneur, 1955);

21-   «STRANGER ON HORSEBACK» (i.p., Jacques Tourneur, 1955);

22-   «LIBERDADE OU MORTE» («The First Texan», Byron Haskin, 1956) ;

23-   «LUTA DE MORTE» («The Oklahoman»), Francis D. Lyon, 1957);

24-   «TROOPER HOOK» (i.p.., Charles Marquis Warren, 1957);

25-   «GUNSIGHT RIDGE» (i.p., Francis D. Lyon, 1957);

26-   «O DESCONHECIDO» («The Tall Stranger», Thomas Carr, 1957);

27-   «O IMPÉRIO DO GADO» («Cattle Empire», Charles Marquis Warren, 1958);

28-   «FORTE MASSACRE» («Fort Massacre», Joseph M. Newman, 1958);

29-   «DUELO EM DODGE CITY» («The Gunfight at Dodge City», Joseph M. Newman, 1959, 1959);

30-   «THE YOUNG ROUNDERS» (i.p., Casey Tibbs, 1966);

31-   «OS PISTOLEIROS DA NOITE» («Ride the High Country», Sam Peckinpah, 1962);

32-   «CRY BLOOD APACHE» (.i.p., Jack Starrett, 1970):

33-   «MUSTANG COUNTRY» (i.p., John Champion, 1976).

 

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(*) Um dos antepassados de Joel McCrea atravessou as grandes planícies do Faroeste num carroção de pioneiros e fundou um hotel na cidade de San Francisco da Califórnia; um dos seus avôs participou na guerra contra os Apaches e foi director de uma companhia de diligências.

(**)  Muitas das referenciadas películas protagonizadas por Joel McCrea são fitas de puro entretenimento, que não diferem muito das banais fitas de cowboys do seu tempo e com outros actores. Outras ultrapassaram, no entanto, o estatuto de simples filmes de aventuras , para se alçarem ao topo da lista de westerns de mais fino registo. Filmes que a crítica e os cinéfilos reconhecem, hoje, como obras que contam entre as melhores do seu género. São disso exemplo, entre outras, «Aliança de Aço», «Golpe de Misericórdia», «Estrelas na Minha Coroa», «Forte Massacre» ou «Os Pistoleiros da Noite», cujo visionamento eu recomendo vivamente.

(i.p.) esta sigla significa que o filme em questão é inédito em Portugal.