domingo, 27 de abril de 2014

AS DESERÇÕES DURANTE A GUERRA ENTRE ESTADOS (1861-1865)

Em 1861, quando rebentou na América do norte a guerra entre estados -que opôs os exércitos fiéis ao governo de Washington (ou por ele mobilizados) às tropas da Confederação Sulista- toda a gente pensava que o conflito seria de curta duração. Infelizmente, assim não aconteceu. E desde o momento em que os Sulistas dispararam os primeiros tiros de canhão contra a guarnição de Fort Sumter (a 12 de Abril de 1861) até à paz de Appomattox (assinada, pelos generais Grant e Lee, no dia 9 de Abril de 1865) decorreram quatro longos anos de devastações e de sofrimentos, que causaram centenas de milhar de mortos. Nessas circunstâncias, a tentação de abandonar os campos de batalha para voltar para o seio das suas familias (com as quais os simples soldados ficavam incomunicáveis durante longos meses) foi grande; e provocou inúmeras deserções, tanto de um lado como do outro. Esta foi, prventura, a primeira causa da fuga dos militares; que, naturalmente, eram severamente castigados -frequentemente com a morte- quando capturados. Outras causas foram a cobardia (também ela compreensível) face aos saguinários e impiedosos combates entre adversários, a fome e, entre outras variadas razões, os maus tratamentos infligidos aos simples soldados pelo corpo de oficiais. A historiadora norte-americana Ella Lonn estimou (depois de aturados estudos sobre o assunto) que se verificaram 197 247 deserções no exercito unionista (entre os quais figuram 1 028 oficiais) e cerca de 103 400 do lado dos Confederados. Segundo a mesma fonte, 42 000 desertores foram julgados por tribunais militares, dos quais 14 146 por abandono do seu posto. O que é muito pouco, perante as quase 300 000 deserções nos dois exércitos. A autora citada, não forneceu números sobre os fusilamentos resultantes dessa atitude.

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