


Antes da chegada do homem branco ao Novo Mundo, existiam no território da actual América do norte, uma infinidade de comunidades autóctones. Muito diferentes entre si e que, ora coexistiam pacificamente, ora se guerreavam por mil e uma razões. O meio e a geografia determinavam hábitos, que diferiam muito de nação para nação, de região para região. Em matéria alimentar, por exemplo, era normal e lógico que os ameríndios da costa do Pacífico baseassem a sua dieta no consumo de peixe, nomeadamente de salmão, espécie muito abundante nos seus rios e cuja técnica de conservação eles dominavam. Já os índios da chamada Grande Pradaria -destemidos caçadores de bisontes- consumiam, essencialmente, a carne desse imponente ruminante, variando, quando possível, a sua alimentação com as bagas colhidas (pelas mulheres) em arbustos da flora local. Outro exemplo dessa variedade de hábitos é o que nos dão os indígenas dos Grandes Lagos, que cultivavam milho, abóboras, feijão e outros vegetais e que os incluíam abundantemente na sua dieta habitual; que também incluía espécies piscícolas dos rios e lagos da sua região. Estudos efectuados por especialistas destes povos, determinaram, com rigor (e isto é apenas um exemplo), a dosagem certa de produtos utilizados na alimentação das tribos ameríndias. Assim, os índios das vastas planícies do Oeste consumiam 40% de carne, 20% de peixe, 30% de vegetais não cultivados e 10% de bagas e frutos selvagens. Já os Iroqueses (que além de guerreiros temíveis eram, também, agricultores competentes) consumiam 65% de milho (cerca de 1/5 kilo diário por pessoa), 15% de feijão e de sementes de girassol, 10% de peixe, 5% de carne e 5% de bagas, de verduras, de nozes e de xarope de ácer. Curioso, não é verdade ?