domingo, 26 de outubro de 2014
LADRÕES DE GADO
O roubo de gado no Oeste americano foi prática corrente durante todo o século XIX. A vastidão dos territórios de tradição ganadeira e a falta de vigilância policial adequada facilitaram a acção dos bandoleiros profissionais ou dos ladrões eventuais, que se entregavam à prática desse crime. Os julgamentos dos culpados que se deixavam agarrar eram, na sua quase generalidade, sumários e as penas incorridas pelos prevaricadores terminavam, quase sempre, com enforcamentos. Castigos impostos por milícias ou por simples vaqueiros, trabalhadores por conta dos proprietários lesados. Geralmente, o ladrão isolado ou os gatunos agindo em número diminuto eram, aquando de um flagrante delito, pendurados pelo pescoço nos ramos de uma árvore, num poste de linha telegráfica ou na sacada de um edifício. Por vezes cometiam-se erros, executando pobres diabos, que estavam no sítio errado, à hora errada. O cinema hollywoodiano mostrou-nos exemplos de casos dessa natureza, em filmes que todos recordam. Estou, agora, a lembrar-me de «Consciências Mortas» (de William A. Wellman, 1943) e de «A Sombra da Forca» (de Ted Post, 1968). Por exemplo, porque há mais. Também recordo que, nas regiões fronteiriças -sobretudo na raia do rio Grande- o roubo de gado era quase um jogo, disputado entre mexicanos (que roubavam bovinos e cavalos no Texas) e norte-americanos, que atravessavam o também chamado rio Bravo, para se irem apoderar -ilegalmente- de manadas que pertenciam aos 'haciendados' rivais. Esse estado de coisas foi ilustrado na mini-série televisiva «Lonesome Dove» (1989), na qual os ladrões até eram antigos oficiais dos Texas Rangers; que haviam decidido roubar, no México, cabeças de gado para constituirem um rancho no longínquo Wyoming.
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