domingo, 22 de janeiro de 2017

A PISTA DE OREGON

Para os emigrantes europeus do século XIX, que desembarcavam na costa leste dos Estados Unidos (onde já não havia terras livres para satisfazer o seu sonho americano), o território de Oregon surgiu como uma das últimas oportunidades de mudar o destino das suas vidas. Assim, naquele tempo, boa parte dessas famílias (quase todas elas de origem rural) optaram por passar a linha Mississippi-Missouri e lançar-se na grande aventura da travessia do Oeste; que haveria de os levar às terras, ainda quase míticas, da Califórnia e de Oregon, entre outras... Para esta última, longínqua e fértil região do extremo Oeste, a odisseia começava em Independence, uma pequena cidade ribeirinha do Missouri, onde se concentravam os carroções dos pioneiros candidatos à fortuna ou... à morte. Era ali que começava a pista de Oregon, que foi realmente aberta com a partida de 875 emigrantes em 1843. E que seriam -oficialmente- mais de 100 000 até 1867, ano em que o fluxo começou a atenuar até se extinguir. A pista de Oregon (que teve um troço comum para os colonos que se dirigiam para o norte da Califórnia e para o Utah) estendia-se por cerca de 3 200 km, que atravessavam enormes pradarias (povoadas por nações pele-vermelhas hostis à presença, mesmo passageira, do homem branco), desertos e -principal obstáculo do percurso- as Montanhas Rochosas; que era imperativo transpor fora da estação invernal, sob pena de ali se deixar os haveres e a vida. Os mais felizes cobriam (ao preço de imensos sacrifícios) esse percurso em 6/7 meses de caminhada, chegando a Portland, no fim da pista, exaustos mas convencidos de que iriam construir -naquela distante região- um futuro promissor. E a verdade é que conseguiram, graças ao seu sacrifício e ao seu labor, fazer do Oregon um estado próspero e invejado. É evidente, não refiro aqui (porque isso é outra história...) o preço a pagar pela chegada dos brancos a esse território; que comportou, como hoje se diz, danos colaterais : a saber, destruição das nações e tribos indígenas, descontrolo da Natureza, etc. Mas um dia falaremos disso.

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