Ira Hamilton Hayes nasceu no Arizona em 1923. E ali morreu -com 32 anos de idade- em 1955. Está enterrado no Cemitério Nacional de Arlington, não muito longe do famoso monumento em bronze, ali erigido para honrar a memória dos soldados norte-americanos que caíram na frente do Pacífico. Esse monumento (que mostra um grupo de soldados levantando a bandeira dos E.U.A.) também o celebra a ele a título particular, já que representa os seis 'marines' que -a 23 de Fevereiro de 1945- ergueram a bandeira estrelada dos 'states' no cume do monte Suribachi, depois do desembarque ianque em Iwo Jima. É que Ira Hayes foi um desses combatentes, celebrados por uma famosa fotografia de Joe Rosenthal (repórter da Associated Press) intitulada «Raising the Flag on Iwo Jima», que recebeu o Prémio Pulitzer e deu a volta ao mundo. Evoco aqui este combatente da 2ª Guerra Mundial, porque ele era um Pima, membro de um povo nativo originário do sudoeste dos Estados Unidos. Hayes foi, aliás, um dos muitos membros das nações ameríndias que envergaram a farda dos G.I.'s durante esse conflito e que deram o seu precioso contributo para a vitória das democracias sobre o Eixo. Ira Hayes saiu muito traumatizado dessa sangrenta guerra e, sem ajuda psicológica, afundou-se no alcoolismo, foi preso várias vezes por embriaguês e morreu prematuramente. Apesar disso, Hayes é, ainda hoje, considerado um herói.Vários filmes se referiram à sua pessoa ou o retrataram («Sands of Iwo Jima», «The Outsider», «Flags of Our Fathers») e Johnny Cash dedicou-lhe uma das suas canções : «The Ballad of Ira Hayes». Este combatente nativo iniciou a sua curta carreira militar no 3º Batalhão de Paraquedistas e terminou a guerra integrado no 2º Batalhão de Fuzileiros Navais, tendo recebido meia dúzia de condecorações. Em 1954, o presidente Eisenhower prestou-lhe uma homenagem pública na Casa Branca. Uma montanha do Arizona recebeu o seu nome (Hayes Peak) e uma reserva natural situada perto de Secaton (Arizona), sua terra natal, também lembra Ira H. Hayes. O índio Pima, que a guerra celebrizou e que, pela sua violência -que trucida corpos e martiriza almas- também ajudou a destruir...
Sem comentários:
Enviar um comentário