quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
OS MANDANOS
Aparentada aos Sioux (pela língua, mas não só), esta tribo ameríndia semi-nómada foi descrita como tendo atingido um elevado grau de civilização. Viviam no território do actual Dacota do Norte, junto ao rio Missouri, em aldeias protegidas por paliçadas, que asseguravam a sua protecção contra eventuais inimigos. Isso, embora este povo não fosse belicoso e até cultivasse uma política de boas relações com os seus vizinhos. As suas habitações de forma circular, assentavam numa armação rígida e estavam cobertas com peles de bisontes, animais então muito abundantes na sua região. Esta tribo mantinha actualizada a sua própria história, registando os acontecimentos marcantes nas peles finamente curtidas desses mesmos herbíveros.
Segundo os exploradores Lewis e Clark, que os visitaram em 1804, aquando da sua histórica viagem até às costas do Pacífico, os Mandanos eram pessoas hospitaleiras, amáveis, comunicativas e possuíam um repertório de danças tradicionais, com as quais recebiam festivamente os seus visitantes. O Mandanos -que eram, essencialmente, agricultores- cultivavam milho, feijão, abóboras, girassol e tabaco. Os membros desta tribo (que, devido ao seu número, chegaram a viver em 7 aldeias distintas) eram também hábeis artesãos, fabricando e decorando objectos em cerâmica, em verga e roupas de pele; caçavam bisontes e pescavam no rio Missouri e afluentes, que eles eram capazes de atravessar em curiosas embarcações de forma circular. Comerciavam com nações ameríndias vizinhas. A sua forma amistosa de receber os estrangeiros, suscitou muitas visitas de brancos curiosos, nomeadamente de artistas (George Catlin e Karl Bodmer, por exemplo), de exploradores (como os já referidos Clark e Lewis) e de cientistas (como o princípe alemão Maximilian von Wied-Neuwied).
Uma primeira grande epidemia de varíola e de tosse convulsa (doenças transmitidas pelos homens brancos), ocorrida em 1750, fez grande mortantade entre os Mandanos; que passaram a viver em, apenas, 2 aldeias. Algumas décadas mais tarde -em 1837- novo surto de varíola quase os exterminou por completo. Dos cerca de 1 600 membros da tribo, só escaparam 100/150 pessoas. Na impossibilidade de recrearem a estrutura tribal nos moldes em que ela estava organizada anteriormente, os derradeiros Mandanos juntaram-se aos seus vizinhos Hidatsas e Arikaras, formando uma nova nação, referida pelos brancos com as iniciais das três tribos : MHA. Um recenseamento recente (já feito no século XXI) aponta para 1 300 o número de descendentes dos plácidos, mas infelizes Mandanos. Como a maior parte da população ameríndia dos Estados Unidos, essa gente vive hoje, na sua quase totalidade, nas reservas criadas pela administração americana no decorrer do século XIX.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário