Muito pouca gente em Portugal deve ter ouvido, alguma vez, pronunciar o nome de Salomon Nunes de Carvalho. E, no entanto, este filho de emigrantes portugueses -de confissão judaica- foi, à sua maneira, um dos pioneiros da Conquista do Oeste. Pintor e fotógrafo de seu ofício, Salomon Nunes de Carvalho (que nascera em 1815 em Charlston, na Carolina do Sul) foi escolhido pelo explorador John Charles Frémont para o acompanhar na sua 2ª expedição (1853-1854) ao Oeste americano. O objectivo dessa viagem -que atravessou o Cansas, o Colorado (das Montanhas Rochosas) e o Utah até ao oceano Pacífico, teve como objectivo principal o estudo do traçado da primeira linha de caminho-de-ferro tancontinental. O artista luso-americano tomou parte nessa expedição na sua qualidade de desenhador e fotógrafo. Essa viagem, de milhares de quilómetros, através de territórios vírgens, exigia uma grande coragem física e as dificuldades da jornada foram tantas que acabaram por causar a morte de alguns dos seus participantes. Salomon Nunes de Carvalho sobreviveu aos sacrifícios impostos pela Natureza e cumpriu o seu dever (com muito agrado do coronel Frémont), realizando mais de 300 fotografias (daguerreótipos) de regiões até então desconhecidas.
Infelizmente, a maior parte desse precioso espólio perdeu-se no incêndio de um armazém, ocorrido no ano de 1881. Salomon Nunes de Carvalho faleceu em Nova Iorque no dia 21 de Maio de 1897, deixando obra feita e alguma fama. Quanto a Frémont -a quem se atribui a conquista da Califórnia e que é considerado como um dos grandes exploradores da América do norte- esse falecera, na mesma cidade, sete anos antes deste seu companheiro de aventuras; que já merecia que os Portugueses o conhecessem e admirassem... (A primeira imagem deste 'post' é um daguerreótipo representando Nunes de Carvalho feito pelo próprio; a segunda imagem é, igualmente, um auto-retrato desse ilustre luso-americano, que revela os seus dotes de pintor).
Sem comentários:
Enviar um comentário