Augusto Trigo é um
dos melhores ilustradores portugueses de banda desenhada. De Sempre ! Nascido
em Bolama, na Guiné, em 1938, deixa essa então colónia portuguesa da África
ocidental aos 7 anos de idade, após o falecimento de seu pai. Em Lisboa,
ingressou na Casa Pia, onde revelou grande aptidão no domínio das artes e onde
(na secção de Pina Manique) seguiu cursos de talha e escultura sob a direcção
do artista Martins Correia. Depois de ter saído daquele estabelecimento de
ensino, ainda trabalhou na capital portuguesa (em 1957) como ilustrador publicitário. Mas,
no ano seguinte, regressou a África para se juntar à mãe e aos irmãos que ali haviam
permanecido. Por lá arranjou trabalho como desenhador de cartografia e se
entregou à pintura nos seus momentos de lazer. Muito apreciados, os seus óleos
e aguarelas –versando, quase sempre, sobre paisagens da sua terra natal e sobre a
vida quotidiana dos povos guinéus- despertaram o interesse das autoridades
locais, que lhe encomendaram várias obras. Após a independência, ainda trabalhou no país, nomeadamente no ensino e realizou
trabalhos notáveis, pintando nomeadamente um quadro para o Banco Nacional, que
foi reproduzido na primeira nota de 1 000 pesos emitida na Guiné-Bissau.
Voltou a Lisboa, definitivamente, em 1979. E foi nesse ano que, à sua restante
actividade artística, juntou as histórias aos quadradinhos, campo onde se
mostrou exímio. Começou, nesse domínio –que é aquele que nos interessa muito
especialmente- na popular revista «O Mundo de Aventuras», estreando-se com uma
história intitulada «O Visitante Maldito». Trabalhou também, nesse tempo, para
o «Jornal do Exército», onde publicou quadrinhos de inspiração histórica. Data
igualmente desse tempo, a sua profícua colaboração com o argumentista Jorge
Magalhães, com quem formou uma excelente dupla. No domínio do western,
destacam-se BD's como «WAKANTANKA» ou «A SOMBRA DO GAVIÃO». Mas, a sua obra é
vastíssima e variada, devendo-se-lhe, entre muitas outras obras, a ilustração
de manuais escolares, a ilustração (integral) da colecção ‘Clássicos Juvenis’,
das edições Verbo, a colecção ‘Lendas de Portugal em Banda Desenhada ’,
da ASA, etc, etc. Augusto Trigo (que também foi o argumentista de algumas das
suas histórias aos quadradinhos) foi alvo de muitas e merecidas homenagens,
nomeadamente por parte do Festival Internacional da Banda Desenhada da Amadora,
que lhe atribuiu um troféu em 1992 e que lhe dedicou uma exposição
retrospectiva no ano 2000.
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