terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

MÃOS AO AR !!!

Os assaltos a diligências, a comboios e a bancos figuram entre as actividades mais rendosas (e também mais perigosas) dos bandoleiros norte-americanos da segunda metade do século XIX. A sua prática acentuou-se (e proliferou) com o fim da guerra de Secessão (1861-1865) e com o regresso à vida civil de dezenas e dezenas de milhar de soldados desmobilizados. Que nem todos conseguiram (ou quiseram) arranjar um ganha-pão legal, como aquele que os ocupava e lhes garantia o sustento antes de serem obrigados a participar num conflito brutal, que os marcou profundamente. Tanto física como psicologicamente. Não admira, pois, que esse tema dos roubos com violência seja um dos tópicos recorrentes do cinema western... Que, durante algumas décadas (aliás desde «The Great Train Robbery», realizado em 1903), produziu centenas (se não milhares) de cenas de ataques à mão armada a composições ferroviárias, a bancos e às diligências das companhias Wells-Fargo, Butterfield e outras. Para a grande maioria dos espectadores, amantes do cinema do género, essas cenas de brutalidade não passam de puro folclore. Mas eu, que, na realidade, já fui alvo de um inaudito assalto à mão armada, que teve consequências quase fatais para dois dos meus colegas de trabalho; que foram feridos por disparos de revólveres de 11 mm (o calibre mais poderoso utilizado por armas e punho), não vejo as coisas dessa mesma maneira. E confesso que, durante muito tempo, carreguei o trauma provocado na manhã desse dia de Dezembro de mil novecentos e noventa e tal. Quando vários bandidos armados (com pistolões e granadas defensivas) atacaram a agência bancária onde eu trabalhava e que se situava, não numa ignota cidadezeca do Faroeste, mas em pleno coração de Paris. No 9º bairro da 'Cidade-Luz', a menos de 100 metros da famosa Ópera Garnier... e de uma esquadra de polícia.

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