quinta-feira, 8 de novembro de 2012

FILMES DE COWBOYS E WESTERNS


Foi, talvez, pelo facto dos primeiros westerns terem contado histórias de vaqueiros, que a confusão se gerou e que se passou a chamar 'filmes de cowboys' a todas as películas com acção ambientada no Oeste americano. Ora, grande parte dos westerns que vimos não são fitas de vaqueiros e não merecem, pois, serem chamadas 'filmes de cowboys' ou, mais desdenhosamente, 'coboiadas'. Em muitos westerns, como, por exemplo, em «Danças com Lobos» (de Costner), não se vislumbra sequer a sombra de um vaqueiro. Como acontece, também, em «Esporas de Aço» (de Mann), «Céu Aberto» (de Hawks), «Raízes de Ouro» (de Daves), «Rio Sem Regresso» (de Preminger) ou -entre muitos mais ainda- em «Major Dundee» (de Peckinpah). Filmes de cowboys são, por exemplo e com toda a legitimidade, películas como «Rio Vermelho» (de Hawks), «Como se Faz um Bravo» (de Daves), «Homem sem Rumo» (de Vidor), «Da Terra Nascem os Homens» (de Wyler), «Vagabundos Selvagens» (de Edwards) e muitos outros mais, cuja trama se tece no meio específico dos guardadores de manadas e dos rancheiros, criadores de bovinos. Tudos os demais westerns não merecem esse epíteto de 'filmes de cowboys'; porque o facto de montar um cavalo, de se cobrir com um chapéu de abas largas, de usar botas texanas e/ou de ostentar um cinturão-cartucheira e um coldre com um revólver, não fazia de todo o homem do Oeste um vaqueiro. Diga-se até, que essa profissão (dura, perigosa, suja, desprezada e mal paga) era reservada a um certo número de pessoas, mais ou menos marginais ou oriundas de meios sociais desfavorecidos, que não tinha capacidades para fazer outra coisa na vida, senão guardar gado. Isto dito, passemos a chamar as coisas pelo nome; porque se um filme de cowboys é um western, um western não é, forçosamente, um filme de cowboys... (A ilustração anexada a este texto mostra um trabalho de Frederic Remington intitulado «Arizona's Cowboy»).

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