sábado, 24 de novembro de 2012

UM CERTO JOHNNY PORTUGAL


Adquiri, há poucos dias, pela módica quantia de 12 euros (mais uns cêntimos), uma magnífica cópia 'blu-ray' do filme «O PASSADO NÃO PERDOA» («The Unforgiven»), que o competente John Huston realizou em 1960. E que tem, nos três principais papéis, os actores Burt Lancaster, Audrey Hepburn e Audie Murphy; além de contar com a presença de outros brilhantes comediantes, tais como Lilian Gish, Charles Bickford, Albert Salmi e (entre outros mais) John Saxon. Este último actor interpreta, no filme em questão, o papel de Johnny Portugal, que é um homem enigmático, de tez morena (que faz desconfiar os anglos), com longos cabenos compridos (que ele usa à maneira dos índios do sudoeste) e armado com um perigoso facalhão; que ele esgrime com alguma maestria. Portugal é um dos empregados da família Zachary e, no dizer de Ben, o chefe de família, é «o melhor domador de cavalos de todo o Texas». Sem ser uma das personagens fulcrais da história contada pela fita, Johnny Portugal -que é vítima da xenofobia de Cash- tem a sua importância nos acontecimentos dramáticos que se vão desenrolar durante as duas palpitantes horas de duração deste filme. É ele o único vaqueiro a ousar lançar um olhar interessado à jovem Rachel (amor secreto do seu 'irmão' Ben) e a esboçar um gesto que lhe merece um violento soco do seu ciumento patrão. E é também ele que -na sua condição de emérito cavaleiro- se lança na perseguição do homem que revelou as origens Kiowas da deliciosa Rachel Zachary. Inconfidência que vai dilacerar a sua família adoptiva (os Zachary) e atrair sobre ela os demónios do ódio racista dos seus vizinhos e a fúria devastadora dos pele-vermelhas. Johnny Portugal é, pois, uma personagem de modesto destaque, mas que, curiosamente, eu nunca cheguei a olvidar... Talvez o nome, que evoca o país onde eu nasci, tenha sido determinante para que eu nunca esquecesse esse papel de John Saxon.

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