sábado, 22 de dezembro de 2012

O CARROÇÃO 'COSTENOGA'

O carroção 'Conestoga' foi usado por muitos milhares de emigrantes que, durante grande parte do século XIX, percorreram as difíceis pistas da Califórnia, do Oregon, de Santa Fé e demais trilhos conduzindo a outros Eldorados. A notícia mais antiga referenciando este veículo data de 1717. O 'Costenoga' parece ter sido idealizado por colonos alemães e o seu nome provém do facto de ter sido construído na Pensilvânia, numa região onde existem uma localidade, um condado e um rio com esse nome. Começou a ser utilizado em larga escala a partir da independência dos Estados Unidos da América, quando se acelerou a conquista e ocupação dos territórios índios e se começou a promoveu o comércio com o leste industrializado.
Muito robusto, este carroção -com cerca de 6 metros de comprimento- era capaz de transportar uma carga importante e de percorrer 25 quilómetros por dia. Puxado por várias parelhas de equídeos ou de bovinos, este veículo era construído com madeira das florestas locais, tinha quatro rodas com aros de ferro e uma cobertura de lona ou de outro pano grosseiro para proteger passageiros e mercadorias das inclemências do tempo. Esse toldo, geralmente, confeccionado com tecidos de cor branca, dava-lhe um ar de veleiro, daí a sua singular alcunha : escuna da pradaria ('prairie schooner'). Para que não metesse água, aquando da travessia de rios e ribeiros, os utilizadores destes típicos carroções preenchiam as fissuras da caixa com alcatrão e estopa, de modo a torná-la estanque. À volta da sua caixa, ligeiramente incurvada para cima, os pioneiros adaptavam dispositivos para suster barris de água potável, estojos de ferramentas e até manjedouras para servir a alimentação às bestas de tiro. Ao longo do século XIX, o 'Costenoga' viu surgir veículos concorrentes, que se caracterizaram, sobretudo, pela sua maior ligeireza. O cinema hollywoodiano imortalizou estes rústicos veículos em inúmeros filmes; tais como «The Covered Wagon» (de James Cruze, 1923) e «The Big Trail» (de Raoul Walsh, 1930). Dois clássicos que, como já referi, precederam muitos, muitos outros.

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