segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
A LEI DAS SÉRIES : «O HOMEM DA CARABINA»
Série de 168 episódios (a preto e branco e com uma duração de 30 minutos cada um) distribuídos por 5 temporadas. Foi difundido, nos E.U.A., entre 1958 e 1963 pelos canais de televisão da rede ABC. A acção decorre no ano 1888 em (e à volta de) North Fork, uma pequena localidade do Novo México. O herói desta série é Lucas McCain (encarnado pelo actor Chuck Connors), um atirador de elite, que, depois de ter enviuvado, vive com o seu filho Mark (um rapazote de uns 10 anitos) no modesto rancho familiar. Ambos vão viver uma interminável série de aventuras, que um público fiel seguiu, agradado, semana após semana. Lucas McCain usa, para sua própria defesa e para auxiliar as autoridades de North Fork, uma carabina Winchester modificada, que ele dispara a uma cadência infernal, para grande surpresa e prejuízo dos seus opositores.
Esta popular série televisiva foi criada por Arnold Laven e muitos dos seus episódios foram escritos por Sam Peckinpah. Como todas as suas congéneres do tempo, «O HOMEM DA CARABINA» («The Rifleman») recorreu a grande número de 'guest stars'. Refiro, a título de curiosidade, que o primeiro desses episódios (intitulado «End of a Young Gun») teve como vedeta convidada o actor Michael Landon. Esta série está integralmente gravada em DVD no Brasil, onde se chama «O Homem do Rifle». Quem nos dera que o mesmo acontecesse em Portugal...
MAIS UMA OBRA DO TALENTOSO JIM CARSON
Já tivemos a ocasião de apresentar aqui, neste blogue, trabalhos de Jim Carson, um grande artista estadunidense que consagrou parte substancial da sua obra ao tema do Oeste. A tela que agora apresentamos intitula-se «Out of Dependance» e mostra uma caravana de pioneiros avançando para o poente. Por cima dos carroções, vêem-se núvens escuras e espessas, carregadas de ameaças. A inclemência do tempo -chuvas diluvianas, calores tórridos, nevões, secas- era um dos muitos perigos que se interpunham entre as famílias de emigrantes e as terras do Oeste, onde elas pretendiam fixar-se e encetar uma nova e esperançosa vida... Esta tela é, pois, uma homenagem prestada aoa homens, mulheres e crianças que, com sangue, suor e lágrimas, escreveram uma página ímpar da História dessa grande nação que são os E.U.A..
PROCURA-SE : «ESTA MULHER É MINHA»
Há muitos e longos anos que procuro uma cópia desta fita produzida pelos estúdios Universal e realizada em 1956 por John Sherwood; um cineasta novaiorquino quase desconhecido e cuja obra western se resume a esta película colorida com Rory Calhoun e Yvonne de Carlo. Nunca vi «ESTA MULHER É MINHA» («Raw Edge»), pelo facto deste filme (datado de 1956) me ter escapado na altura própria e de ainda não existir cópia videográfica multilingue editada no nosso continente. Parece que este pequeno filme (no que à duração diz respeito : 76 minutos) tem muitas qualidades, a começar pela história insólita que nos conta. Que decorre numa região do Oregon do século XIX, onde um poderoso rancheiro (à falta de polícia) impõe as suas próprias leis e códigos de conduta. Uma delas, foi a de estabelecer -numa terra onde as mulheres são raras- uma regra que exige que toda a viúva ou mulher livre pode ser reclamada pelo primeiro macho celibatário que lhe apareça. Mas o feitiço vai virar-se contra o feiticeiro, já que o improvisado legislador é casado com uma das mais belas e cobiçadas damas de todo o território. O que faz dela uma viúva potencial...
Raros são os westerns dos gloriosos Anos de Ouro, cuja trama se desenvolve à volta de questões de natureza sexual. «ESTA MULHER É MINHA» é uma das honrosas excepções. Daí (entre outras razões) eu ter grande curiosidade em conhecer esta fita, que alguns (que a puderam ver e a conhecem) dizem ser de excelente factura. E já agora, deixo aqui o alvitre aos profissionais do comércio dos DVD's deste país : ofereçam uma cópia deste western diferente aos cinéfilos portugueses. Eles ficar-vos-iam muito agradecidos.
domingo, 30 de dezembro de 2012
«TERRA DE MALVADOS»
«TERRA DE MALVADOS» («Badman's Territory») é um pequeno western realizado em 1946 -por Tim Whelan- para a companhia RKO Pictures. É um daqueles filmes de grande série, típico da época, no qual o carismático actor Randolph Scott tem o papel principal. Que, aqui, é o de um xerife texano, que se aventura por terras do Oklahoma à procura do seu jovem irmão desaparecido. E que ele encontra em Quinto, uma cidadezinha do território dominada pelos mais ferozes bandidos do Far West. Por lá se agitam as quadrilhas dos irmãos James, dos Dalton, Belle Starr, Sam Bass, etc. Sem medo de uma autoridade que, por ali, não existe, simplesmente. Com a ajuda preciosa de de Henryetta Alcott (Ann Richards), uma destemida jornalista, que luta para que a lei volte a reinar na sua cidade, o xerife texano acabará por resgatar o mano e por impor alguma disciplina naquela terra sem lei.
Nada de extraordinário. Simplesmente simpático. Tenho uma cópia deste western (inédito no nosso país em gravação DVD), adquirida em Espanha. Título brasileiro : «A Terra dos Homens Maus». Actores do elenco, para além dos já citados : George 'Gabby' Hayes, Richard Hale, James Warren, Morgan Conway, Virginia Sale, Ray Collins, etc. «TERRA DE MALVADOS» foi filmado a preto e branco e tem uma duração de 97 minutos. (Clicar nas imagens para as ampliar).
sábado, 29 de dezembro de 2012
«HOMEM SEM RUMO»
Esta obra de King Vidor é um dos meus filmes de cowboys preferidos. E uma das fitas cujo título se inscreve no 'Top Ten' dos meus westerns predilectos. Estreada em 1955, esta película tem na pessoa do actor Kirk Douglas um intérprete fabuloso, que aqui representa o papel de um vaqueiro rebelde e libertário chamado Dempsey Rae. À volta de Douglas, a Paramount Pictures -que produziu 'HOMEM SEM RUMO»- reuniu um leque de muito bons actores, de entre os quais é justo destacar Jeanne Crain, Claire Trevor, William Campbell, Richard Boone e Jay C. Flippen. A história contada nesta fita é recorrente nos westerns da época : um grande ganadeiro quer 'devorar' os seus vizinhos mais pequenos, começando por dificultar-lhes a vida... «HOMEM SEM RUMO» (que tem o mesmo título no Brasil) é, com toda a certeza, um dos melhores westerns da carreira de Kirk Douglas e um dos melhores filmes do género da História do Cinema.
Daí a minha legítima raiva (e a de todos os cinéfilos conscientes) ao constatar que esta obra-prima da 7ª Arte ainda não tem edição videográfica no nosso país. Contrariamente a muita porcaria que por aí abunda nos escaparates dos vendedores de DVD's...
A LEI DAS SÉRIES : «KUNG FU»
Kwai Chang Caine é um mestiço sino-americano, que recebeu educação religiosa (mas, também, treino de artes marciais) num templo Shaolin. Depois da morte de um dos seus mestres, Kwai mata o responsável pelo crime : um sobrinho do próprio imperador. Ferozmente perseguido pelas autoridades, Kwai foge da China, desembarca num porto californiano e começa, então, uma incessante busca para encontrar os seus familiares americanos. A acção -que decorre por volta de 1870- passa-se, pois, nos territórios do Oeste, onde os chineses são alvo de intolerância racial e de violências de toda a ordem. Muito espectacular, esta série comporta 63 episódios de 52 minutos cada um (à excepção do piloto, que tem uma duração de 75 minutos) , divididos por 3 temporadas. «Kung Fu» caracteriza-se pelos seus 'flash-backs', que mostram a aprendizagem de Kwai junto de mestre Po, o seu mentor invisual.
Produzida na primeira metade dos anos 70 do passado século para a rede de televisão ABC, esta série reproduz um pouco da mentalidade pacifista e tolerante do tempo. A figura central de «KUNG FU» foi excelentemente interpretada por David Carradine (na idade adulta) e por Radamas Pera (enquanto jovem). Pode dizer-se que esta série lançou a moda dos filmes (e telefimes) de artes marciais e provocou, no Ocidente, muitas vocações para a prática dos desportos de combate orientais. Tenho todos os episódios (em gravações de editor) das 1ª e 2ª temporadas. Uma sequela desta famosa série foi lançada em inícios dos anos 90 com o título «Kung Fu : The Legend Continues».
MANGAS COLORADAS
Dasoda-hae, de seu verdadeiro nome, este Apache Chiricahua nasceu em 1793 no território da sua tribo; que antes da conquista do sudoeste dos actuais Estados Unidos pelo homem branco, se estendia das margens do rio Grande del Norte até aos confins do Novo México de hoje. Mangas Coloradas (alcunha que lhe foi dada, pelo facto de apreciar e vestir camisas com mangas vermelhas) combateu as tropas mexicanas e norte-americanas aquando das guerras que estas travaram contra uma das mais indomáveis nações ameríndias daquela região, com fronteiras estabelecidas à revelia dos interesses dos autóctones; e revelou-se -ao mesmo título que Cochise, Geronimo e Vitorio- um dos mais famosos chefes guerreiros que alguma vez os 'federales' e os 'soldados azuis' tiveram que enfrentar. Sobretudo a partir da década de 50 (do século XIX), quando foi descoberto ouro nas montanhas de Santa Rita. Por essa altura, Mangas Coloradas foi capturado por um numeroso grupo de garimpeiros, que o ataram a uma árvore e o torturaram. Esse incidente foi o prenúncio de uma guerra sem quartel entre Apaches e brancos (civis e militares), que implicou a participação de outros líderes autóctones, entre eles o famoso Cochise -que era genro de Mangas Coloradas- e o também já referido Geronimo. Mas, em 1863, Mangas caíu numa emboscada armada pelas autoridades militares ianques, ao responder a um convite do general de brigada Joseph R. West, que lhe havia proposto negociações de paz. Ora, apesar de se ter apresentado, no Fort McLane (Novo México), durante uma trégua e desfraldando uma bandeira branca, o chefe Apache foi feito prisioneiro pela tropa. Torturado e baleado, Mangas sucumbiu aos seus ferimentos e morreu no dia 18 de Janeiro desse mesmo ano de 1863. Pretexto para este crime ? -O do costume : Mangas Coloradas terá tentado escapar aos seus algozes, esboçando uma fuga. Depois de morto, a sua cabeça foi separada do corpo e cozida. E o crâneo enviado para um frenologista de Nova Iorque (o Dr. Orson Squire Fowler), que o analizou e que até escreveu um livro sobre o seu macabro estudo. O bárbaro assassínio de Mangas Coloradas fez aumentar a raiva e a hostilidade que os Apaches sentiam pelos Estados Unidos e atiçou uma guerra que ainda duraria mais um quarto de século. Só terminando com a rendição de Geronimo e com a sua degradante deportação para a Flórida. As chamadas guerras Apaches foram tema de muitos filmes de Hollywood; onde, durante muito tempo, estes índios do sudoeste foram apontados como um povo cruel e os seus chefes como seres incómodos para o avanço da civilização e que era indispensável eliminar fisicamente. A partir de 1950 -com a realização de «A Flecha Quebrada»- essa mentalidade começou a alterar-se. Felizmente ! Mangas Coloradas também teve a sua película reabilitativa, «Tambores de Guerra», fita que, no entanto, ficou muito aquém do grande filme que os realizadores norte-americanos estão a dever a esta insigne figura da resistência Apache, martirizada pelas tropas a mando do governo de Washington. O filme «Tambores de Guerra» («War Drums») tem Mangas Coloradas como sua figura central. Mas é uma obra menor, incompatível com a grandeza da personagem que Reginald Le Borg pretendeu retratar. Realizada em 1957, esta produção, de fraco orçamento, escolheu o atlético actor Lex Barker para encarnar a figura de um dos maiores líderes da nação Apache. Também ele não soube transmitir à personagem que interpretou toda a grandeza devida ao homenageado. Talvez um dia, Hollywood, tenha a coragem de consagrar um filme verdadeiramente à altura desta enorme figura da História dos Estados Unidos da América. O que só dignificaria a grande nação de além-Atlântico e sua poderosa indústria cinematográfica. (O cartaz ao lado é de origem belga).
O 'KEELBOAT', BARCA OITOCENTISTA DOS RIOS DA AMÉRICA DO NORTE
Popularizada por alguns westerns (dos quais mais adiante falaremos), o 'keelboat' era uma embarcação concebida para navegar à vela, a remos, à vara e 'à la cordelle'. Era, geralmente, de dimensões modestas, construída com madeiras das florestas americanas e com o fundo chato. Esta barca dispunha de uma superestrutura (que ocupava mais de metade do seu comprimento) e de um mastro implantado a meia-nau ou, nalguns casos, mais chegado à proa. Esse mastro arvorava uma vela de pendão. O seu leme era de grandes dimensões, mas podia ser accionado, em situações normais, por um único homem; que devia, no entanto, ter grande força física e alguma perícia no seu manuseamento. O seu acima referido habitáculo (que permitia o acesso aos porões de carga) deixava um espaço relativamente largo em cada bordo, de modo a facilitar a tarefa dos tripulantes que empunhavam as varas, quando a falta de vento se fazia sentir ou quando era necessário navegar a contra-corrente. Para defesa da barca e do seu carregamento, o 'keelboat' estava, por vezes, armado com uma pequena peça de artilharia. Geralmente mais ruidosa do que mortífera, mas, ainda assim, eficaz para afrontar a pirataria fluvial e espantar os pele-vermelhas das regiões atravessadas. Devido ao seu fraco calado -menos de 1 metro- esta barca podia navegar em ribeiros pouco caudalosos ou em rios com pouca água, devido à estiagem. A sua tripulação era variável, podendo atingir uma vintena de homens. O 'keelboat' foi utilizado por comerciantes itinerantes, por traficantes de peles (sobretudo durante a grande época da caça aos castores), por militares, por exploradores e por aventureiros de toda a espécie. Este tipo de barca navegou praticamente em todos os rios -grandes e pequenos- do Oeste (mas não só) e muito em particular nos cursos de água da vasta bacia do Mississippi-Missouri.
Como disse acima, foi o cinema norte-americano que lembrou a existência desta embarcação (modesta, mas preciosa) aos europeus. Vou recordar aqui (de maneira não exaustiva) fitas em que o 'keelboat' foi mostrado e nas quais esta barca teve, por vezes, um papel importante. Começo pelo inolvidável filme «Céu Aberto» («The Big Sky», Howard Hawks, 1952), no qual um 'keelboat' baptizado «Mandan» sobe o curso do Missouri até ao território dos belicosos Blackfeet, onde os seus ocupantes projectam fazer bons negócios, graças a uma insólita (e bonita) moeda de troca : uma princesa resgatada pelos aventureiros brancos a uma tribo inimiga. Lembro-me, depois, da frenética corrida entre 'keelboats' da película «Davy Crockett e os Piratas («Davy Crockett and the River Pirates», Norman Foster, 1956), uma produção dos estúdios de Walt Disney, que atraíu aos cinemas inúmeras crianças e muitos adolescentes. Também me acode à memória o filme «Horizontes Desconhecidos» («The Far Horizons», Rudolph Maté, 1955), no qual uma embarcação deste tipo é utilizada pelos membros da expedição de Lewis e Clark nas suas deambulações pelos rios dr um Oeste ainda por desbravar. Lembro-me de 'keelboats' serem visíveis na superprodução «A Conquista do Oeste» («How the West Was Won», Hathaway/Marshall/Ford, 1962), sobretudo naquela parte consagrada aos rios.
Há, naturalmente, muito mais outras películas que evocaram esta típica e útil embarcação fluvial. Mas, para não ser fastidioso, quero recordar apenas mais uma : a excelente fita «Um Homem na Solidão» («Man in the Wilderness», Richard Sarafian, 1971), na qual um 'keelboat' -que nunca vemos navegar- partilha o protagonismo com o seu capitão (John Huston) e com o caçador de castores Zachary Bass (Richard Harris). Aqui fica, sumariamente contada, a 'história' de um dos barcos mais importantes da Conquista do Oeste. Que, mesmo para a maioria dos westerners, continua a ser um ilustre desconhecido. Salvo, talvez, para os de nacionalidade norte-americana, que conhecem algumas das réplicas que, actualmente, transportam turistas em vários rios dos 'states' ou em parques de atracções...
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
«A MONTANHA VERMELHA»
«A MONTANHA VERMELHA» («Red Mountain», 1952) foi um dos muitos westerns dos 'Anos de Ouro' de Hollywood, que teve em Alan Ladd o seu principal intérprete. Esse popular actor esteve rodeado -nesta fita da Paramount- por Lizabeth Scott, Arthur Kennedy, John Ireland, e Neville Brand, Jeff Carlton Young; todos excelentes profissionais, que aqui desempenharam os seus papéis sob a direcção de William Dieterle. Esta película conta a história de um oficial sulista, que, durante a sangrenta guerra entre estados, se viu obrigado a juntar-se aos irregulares do guerrilheiro Quantrill, que, para muitos combatentes (de ambos os lados), não passou de um oportunista, de uma figura sombria, sem bandeira nem honra.
Não conheço, na Europa, cópia videográfica deste filme raro, que seria oportuno lançar no mercado dos DVD's. «A MONTANHA VERMELHA» foi filmado em TechniColor e tem um tempo de duração de 84 minutos. No Brasil, esta película intitula-se «O Último Caudilho»; em França «La Montagne Rouge»; e em Espanha «Sólo una Bandera».
MERCI P'TIT JÉSUS
Neste Natal (que já passou...), o menino Jesus foi generoso comigo. Não pelo valor e/ou pela quantidade de prendas que me pôs no sapatinho (eu calço 43); mas por dois DVD's que teve a delicadeza de lá colocar e que me proporcionaram um grande, um enorme prazer. E que foram cópias novas (de editor) de duas fitas que eu muito prezo : «GOLPE DE MISERICÓRDIA» («Colorado Territory») e «HONRA A UM HOMEM MAU» («Tribute to a Bad Man»).
Parece que vieram de França. Como as cegonhas dos bébés... 'Merci P'tit Jésus' !
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A primeira destas fitas data de 1948 e teve realização de Raoul Walsh. Os actores principais são Joel McCrea e Virginia Mayo. Asegunda foi dirigida por Robert Wise em 1956 e tem como vedetas James Cagney, Don Dubbins e Irene Papas.
PROCURA-SE : «A SERPENTE DO OESTE»
Estreado em 1956 com o título original de «Johnny Concho», esta película de Don McGuire ofereceu o papel principal ao actor-cançonetista Frank Sinatra. Que aqui pissava, pela primeira vez na sua carreira, os poeirentos trilhos do Faroeste. Aliás com algum sucesso, já que a crítica acolheu com simpatia este western algo insólito produzido pelo próprio Sinatra e distribuído pelos Artistas Associados. Este filme com fotografia a preto e branco, tem uma duração de 84 minutos e reúne, à volta do famoso 'crooner' italo-americano, alguns excelentes actores, de entre os quais se destacam Keenan Wynn, Phyllis Kirk, Wallace Ford, Dorothy Adams e William Conrad; desempenhando este último -de maneira perfeita, ao que disseram os críticos- o papel do mauzão da fita. «A SERPENTE DO OESTE» conta a história de um jovem pouco corajoso, mas provocador, que vive na sombra protectora de seu irmão, que é, ele, um exímio e temido pistoleiro. Jovem que, depois da morte violenta do mano, se vê diante do seguinte dilema : vencer a sua pusilanimidade ou morrer... Infelizmente nunca tive a oportunidade de ver este filme, mas tenho uma enorme curiosidade em visioná-lo. De modo que espero -com muita ansiedade- que ele por aí apareça, um belo dia, sob a forma de um DVD. Com dobragem ou legendável numa língua que eu compreenda. Obviamente !
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
«A VIDA OU A MORTE»
Versando sobre o tema do 'pistoleiro mais rápido do Oeste, a película «A VIDA OU A MORTE» («The Fastest Gun Alive») foi realizada em 1956 por Russell Rouse. O herói da fita é o pacífico e apagado merceeiro de uma localidade, que, de memória dos seus vizinhos, nunca bebeu nem usou armas. Mas, que um dia, para romper a rotina, decidiu ir ao bar da terra beber uns copos. Como não tinha esse hábito, o espírito toldou-se-lhe rapidamente e, perante a galhofa geral, afirma ser o mais lesto de todos os pistoleiros vivos. Daí a demonstrar o que disse, foi o tempo de voltar ao seu comércio, ajustar um cinturão-cartucheira e de fazer arregalar os olhos dos presentes com a sua destreza no manuseamento do Colt e, sobretudo, com a sua extraordinária pontaria. Perante os ralhos da mulher, que antevia os perigos provocados pelo seu novo estatuto, o lojista prometeu não mais tocar no revólver. Mas o mal estava feito; e George Temple (nome da curiosa personagem) vai ficar (assim como a vilória onde ele reside) sob a potencial ameaça de todos os pistoleiros da região, desejosos de provar a sua superioridade sobre os demais grandes atiradores. Um subterfúgio (urdido com o consentimento de todos os seus conterrâneos) vai evitar o pior... Esta fita tem como principal intérprete Glenn Ford, que tem, aqui, um dos seus bons papéis westernianos. Que, lembro, foram muitos. Os outros actores do elenco são, por ordem de importância, Jeanne Crain (que encarna a figura da esposa), Broderick Crawford (no papel do temível pistoleiro e salteador Vinnie Harold) e Russ Tamblyn. Filmada a preto e branco para os estúdios dos irmãos Warner, esta fita apresenta uma duração de 86 minutos e nunca teve edição DVD em Portugal. Eu tenho uma cópia desta fita de muito boa qualidade, adquirida em França; país onde este filme se chama «La Première Balle Tue». Titulo brasileiro : «Gatilho Relâmpago».
MAQUETISMO : O 'COSTENOGA'
Maquetismo : já aqui abordei este assunto, que interessa muita gente. Mas que, na realidade, está reservado às pessoas com alguma habilidade para os trabalhos manuais e com uma enorme dose de paciência. Virtude que é, quanto eu sei (por já ter praticado essa ciência do miniaturismo), a mais importante de todas. Aqui há tempos, revelei a existência -no mercado do maquetismo- de uma soberba diligência do tipo 'Concord', comercializada pela marca espanhola Artesanía Latina. Marca que, curiosamente, também tem na sua rica colecção de peças um carroção 'Conestoga'. Daqueles que, durante grande parte do século XIX, foram dos mais utilizados pelos pioneiros que calcorrearam as famosas pistas de Santa Fé, da Califórnia, do Oregon e outros trilhos de acesso às terras vírgens do longínquo Oeste. Não tentarei esclarecer os leitores sobre esse tipo de veículo; até porque isso se tornaria repetitivo, pois já o fiz, aqui há dias, num 'post' que lhe consagrei. Quero simplesmente informar que -para além dessa prestigiosa marca ibérica- outras existem que propõem esse carroção aos interessados. Lembro-me, por exemplo, da IMEX, que também o colocou à venda nas lojas da especialidade e, porventura, no negócio 'on line'. Parece-me ser um artigo de boa factura. Daí recomendá-lo a todos aqueles que têm por 'hobby' a realização de veículos do mundo do western. Só que, desta vez, não se trata de um produto de luxo, mas de uma caixa com 'kits' de plástico, à escala 1/72; que contém, para além do referido 'Costenoga wagon', os animais de tiro e alguns pioneiros. Este conjunto (barato) é ideal para montar dioramas.
A LEI DAS SÉRIES : «DANIEL BOONE»
Posso dizer que esta série da televisão encantou toda a miudagem da última metade dos anos 60. Realizada para ser estreada e difundida (1964) pela rede NBC, inspirou-se na figura do famoso pioneiro Daniel Boone, o desbravador o Kentucky, contando episódios verdadeiros da sua vida; mas também, e essencialmente, inúmeras aventuras criadas pelos seus inventivos guionistas. «DANIEL BOONE» compreendeu 165 episódios de 52 minutos, divididos em 6 temporadas. Ora divertidos, ora dramáticos, esses episódios (com preocupações ecológicas e que promoviam o convívio racial) foram interpretados por Fess Parker (no papel do herói), por Alberto Salmi, Ed Ames, Patricia Blair, Veronica Cartwright e por muitos mais actores vinculados profissionalmente aos estúdios de Walt Disney. Outros jovens comediantes, tais como Jodie Foster, Jill Ireland ou Kurt Russell, também tiveram o privilégio de aparecer (de maneira mais ou menos episódica) nesta série infanto-juvenil, que granjeou milhões de admiradores no mundo inteiro. A bonita canção do genérico também ajudou a popularizar esta série televisiva norte-americana, que já está gravada em DVD's -na sua integralidade- em muitos países. Em Portugal, houve uma editora que comercializou, aqui há uns anos atrás, uma dúzia de episódios. Mas, infelizmente, ficou-se por aí... Recordo-me de os ter adquirido (em 4 DVD's), por vil preço, num grande espaço comercial do Montijo. Penso que em Espanha a totalidade dos episódios da série já está gravada e à venda ao público. Só que os ditos DVD's estão exclusivamente dobrados em castelhano, facto que dificulta, obviamente, a sua comercialização fora desse país vizinho. O que é uma pena.
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
«IRMÃO CONTRA IRMÃO»
«IRMÃO CONTRA IRMÃO» («Saddle the Wind») é um belo western psicológico no qual se afrontam Robert Taylor (no papel de Steve Sinclair) e John Cassavettes (no de Tony). Foi dirigido em 1958 por Robert Parrish, cineasta que reuniu à volta destes dois grandes senhores das pantalhas a bela Julie London, Donald Crisp e Charles McGraw. Produzida para a Metro Goldwyn Mayer, esta fita foi realizada a cores e enriquecida com uma excelente partitura musical da autoria de Elmer Bernstein. «IRMÃO CONTRA IRMÃO» é a história de um jovem do Oeste, que fascinado pelo passado, algo agitado, do seu irmão mais velho (um famoso ás do revólver), vai tentar igualar as suas 'virtudes' mais detestáveis. O primogénito (consciente dos perigos que essa atitude implica) vai tentar acalmá-lo, decidi-lo a colocar de lado as armas que tanto o fascinam, para se dedicar ao trabalho do rancho que ambos herdaram dos falecidos pais... Sem sucesso, já que a espiral de violência que absorveu o jovem Tony Sinclair acabará por arrastá-lo para um fatal confronto com o seu próprio irmão.
Penso que este drama, com contornos bíblicos, foi muito bem urdido por Parrish, que tem, nesta película, um dos bons westerns da sua carreira. Mas, a meu ver, nenhum deles superou o imortal «Quem Ventos Semeia» («The Wonderful Country»), que ele realizou em 1959; curiosamente, com a mesma Julie London. O titulo brasileiro da película em apreço é idêntico ao usado em Portugal. Em Espanha e em França, países onde esta película já tem cópias videográficas, «IRMÃO CONTRA IRMÃO» chama-se, respectivamente, «Más Rápido que el Viento» e «Libre comme le Vent».
«MONITOR» CONTRA «MERRIMACK»
A batalha naval de Hampton Roads foi um dos mais espectaculares confrontos ocorridos durante toda a Guerra de Secessão. Teve lugar a 9 de Março de 1862 em frente do promontório Sewell's Point, na costa da Virgínia, entre os navios blindados USS «Monitor» e o CSS «Merrimack». O resultado final foi indeciso, atribuindo os especialistas a vitória táctica aos Confederados, que tomaram a iniciativa, afundando dois navios ao inimigo e causando-lhe um maior número de baixas (261 mortos e 108 feridos) e saindo da refrega com um navio danificado; e concedendo a vitória estratégica aos Federais, que causaram apenas 7 mortos e 17 feridos nas hostes do adversário, mas que mantiveram, após este renhido combate, o seu apertado bloqueio marítimo aos portos do Sul. A batalha de Hampton Roads foi a primeira de toda a História da guerra naval a colocar frente a frente navios couraçados. O que fez dizer a um dos participantes o seguinte : «Chegou agora o reinado do aço e os navios blindados hão-de tomar o lugar dos navios de madeira». Sentença que se revelou verdadeira.
«O MORTO VOLTOU»
Este filme de Richard Bartlett foi realizdo em 1957 para a companhia Universal. Filmado em esplendoroso colorido, tem uma duração de apenas 79 minutos e conta com a participação de Luana Patten, de Charles McGraw, de Barbara Lawrence, de Claude Akins, de Lee Van Cleef, de Anthony Caruso e, na interpretação do papel principal, de Jock Mahonney. Actor que, neste curioso western, onde, praticamente, não é disparado um tiro, canta (contrariando a sua imagem de duro) uma bonita canção intitulada «The Flower of San Antone». «O MORTO VIVO» («Joe Dakota») foi inteiramente rodado em Conejo Valley, na California, e narra a singular história de um forasteiro que se introduz numa comunidade (dominada pela febre do petróleo) que esconde um terrível segredo : o da morte violenta de um pacifico pele-vermelha -amigo do herói- que é acusado do crime de estupro. O facto de não se disparar um tiro neste invulgar western (como já foi dito), não quer dizer que «O MORTO VOLTOU» seja isento de acção. Nada disso ! Há algumas escaramuças entre o forasteiro e membros da comunidade visitada, nomeadamente contra as personagens encarnadas por Claude Akins e por Lee Van Cleef, que, para manter a tradição, aqui fazem parte dos maus da fita. A trama deste filme apresenta, pois, algumas afinidades com «A Conspiração do Silêncio», a belíssima película realizada, por John Sturges, em 1955. A cópia videográfica deste insólito western já foi posta à venda em França pela incontornável editora Sidonis-Calysta, cada vez mais especializada (felizmente !) no cinema western dos anos 50. Desconheço os títulos de exibição desta fita no Brasil e em Espanha. Em França, este filme inspirado num romande da autoria de Norman Jolley e William Talman, guardou o título original de «Joe Dakota».
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
«CÉU ABERTO»
Adaptado ao cinema por Dudley Nichols -a partir de um belíssimo romance de A. B. Gunthrie Jr.- este clássico do western tem a assinatura de Howard Hawks e a chancela do distribuidor RKO Radio Pictures. Durante duas horas, o futuro realizador do também excelente «Rio Bravo», leva-nos, Missouri acima, na barca «Mandan», com os seus truculentos caçadores de peles : Zeb Calloway (Arthur Hunnicutt), Jourdannais (Steven Geray), Chouquette (Robert Hunter) e com os novatos Jim Deakins (Kirk Douglas) e Boone Caudill (Dewey Martin). Todos esses aventureiros demandam o território dos temíveis Blackfeet, pele-vermelhas com os quais eles pensam poder negociar preciosas peles de castor, oferecendo-lhes um inestimável presente : a princesa Teal Eye, ex-cativa resgatada pelos brancos a uma tribo inimiga. Sem querer cair no exagero, considero esta película (em glorioso preto e branco) uma das mais belas realizadas sobre os primórdios da conquista do Oeste.
«CÉU ABERTO» («The Big Sky»), que eu tive o privilégio de ver no cinema e, depois, de visionar uma dúzia de vezes, é, realmente, um marco importante no reconhecimento do western enquanto género superior. Filmada (em 1951/52) no fotogénico Parque Nacional de Grand Téton (Wyoming), esta película é de uma beleza rara, facto que muito se ficou a dever, naturalmente, ao director de fotografia Russell Harlan. A música, também ela belíssima, é do reputado compositor e maestro Dimitri Tiomkin. Os actores já referidos são excelentes e a história (assaz movimentada) presta-se a várias interpretações, já que as personagens que a habitam podem ser bastante complexas nas relações entre si, mas também com o meio onde evoluem. Enfim, «CÉU ABERTO» é, não haja dúvidas, uma obra-prima. Um filme eterno ! Tenho várias cópias deste soberbo western (entre as quais uma colorida artificialmente), que já foi editada em Portugal, para grande felicidade dos cinéfilos. Em vésperas do Natal que se avizinha, vi-a em Lisboa, nas lojas FNAC, vendida ao preço módico de 5 euros !
NO FINAL DA VIAGEM...
Esta belíssima tela é da autoria do distinto artista plástico Jim Carson; pintor norte-americano, que consagrou grande parte da sua obra à temática do Oeste. E, a verdade seja dita, de que maneira tão bonita ! Este seu trabalho intitula-se «Winter Bounty» e mostra um grupo de cavaleiros no final daquela que se adivinha ter sido uma longa e difícil jornada. O prémio do seu esforço aparece sob a forma de uma acolhedora localidade, cujas casas se vislumbram, lá ao fundo, num vale coberto pelas neves invernais. Clique na imagem, para melhor poder apreciar os dotes do supracitado pintor.
A INTEGRAL DE «LONESOME DOVE»
Inspirada na obra homónima de Larry McMurtry, «LONESOME DOVE»/«ERA UMA VEZ NO OESTE» é uma mini-série de filmes western de grande qualidade e de grande interesse temático. Rodada exclusivamente para a televisão, esta obra é constituída por 4 episódios (com uma duração global de 384 minutos) realizados por Simon Wincer. O elenco artístico é de luxo, já que nele se incluem nomes tão conhecidos e tão prestigiosos como os de Robert Duvall, Tommy Lee Jones, Danny Glover, Angelica Huston, etc. Devido ao grande sucesso público que granjeou, foi, posteriormente, rodada mais uma mini-séries, que pretende ser a continuação da inicial; embora essa obra mais tardia já não tenha contado com o mesmo naipe de actores. Esta mini-serie conta com 3 episódio. Foi realizada por Joseph Sargent e intitula-se, no nosso país, «AS RUAS DE LAREDO». Os actores principais desta 'sequela' são James Garner, Sissy Spacek, Sam Shepard e Wes Studi. Esta obra está integralmente gravada em DVD em Portugal. A ilustração é referente à edição francesa, que está actualmente à venda pelo apetecível preço de (quase) 30 euros.
A ILHA DE MANHATTAN - COMPRADA POR UM PUNHADO DE DÓLARES
As pessoas escandanlizam-se ao saberem que a riquíssima ilha de Manhattan (onde palpita, hoje, o coração de Nova Iorque) foi trocada pelos colonizadores holandeses do século XVII por objectos de pacotilha. Cujo valor não ultrapassaria, nos nossos dias, uma trintena de dólares. Na minha modesta opinião, não há razão para tanta indignação. Por duas razões muito simples : a primeira, porque, aquando dessa operação, os Lenapes (ameríndios da família Algonquim que fizeram o 'negócio') talvez não tenham percebido o que se estava a passar. Para esses americanos primitivos, a terra era algo que não se comprava nem vendia e ao receberem as tais pérolas de vidro, as tais facas, os tais espelhos e outra quinquilharia, eles reagiram, muito provavelmente, como gente que recebia presentes daqueles bizarros estrangeiros que lhes bateram à porta. Passe a expressão. Sem se darem realmente conta de que o preço a pagar pelas prendas que lhes foram remetidas durante esse histórico encontro, implicava a alienação de parte do seu território. Afinal, até não terá sido por acaso que os primeiros brancos da actual cidade dos arranha-céus terão construído, rapidamente, uma palissada de defesa num sítio estratégico chamado (em inglês) Wall Street. Isso para se defenderem de eventuais ataques dos pele-vermelhas. Ora, quem não deve não teme. Não é verdade ? A segunda das razões para não criticar os Holandeses seiscentistas de Peter Minuit (que foi quem promoveu a 'compra' no ano de 1626) é que eles até foram muito mais simpáticos e magnânimos do que costumavam ser, na sua generalidade, os exploradores europeus do tempo. Que, tanto nas Américas como em África, ocupavam territórios pela força das armas, sem terem que negociar com quem quer que fosse. Aplicando a política do 'isto aqui é meu e, se o indígena não ficar satisfeito, que leve metralha e espadeiradas'.
«DUELO DE GIGANTES»
«DUELO DE GIGANTES» : com o título original de «Copper Canyon», esta fita de John Farrow foi estreada no ano de 1950. O par de actores principais deste filme foi coisa rara de se ver, já que era composto por Ray Milland (que entrou em poucos westerns) e por Heddy Lamarr, uma excitante beldade de origem austríaca, que, com este filme, se estreava num género ao qual ela nunca mais voltaria. Talvez até pelo facto de ter desaparecido dos ecrãs muito cedo, em 1957. A acção desta fita decorre no imediato pós-guerra de Secessão, numa região mineira do Oeste dominada por antigos simpatizantes nortistas. Que querem impedir os ex-combatentes confederados de participar no lucrativo negócio da extracção e da venda do cobre das suas minas. Estes vão recorrer aos serviços de um certo Johnny Carter -um temível pistoleiro- que, ao que parece, também esteve ligado ao chamado exército rebelde... Tenho uma velhíssima cópia deste filme, gravada na televisão. Que não permite apreciar, em toda a sua plenitude, este simpático trabalho de John Farrow; mas espero poder, um dia, adquirir um DVD novo deste filme. Quando ele por aí aparecer, naturalmente, já que isso está dependente da boa vontade (e lembrança) dos editores nacionais. Senão, terei de recorrer à aquisição, em Espanha, de «El Desfiladero del Cobre», que é a versão local da mesmíssima película. A propósito de «DUELO DE GIGANTES», o «Guide des Films», de Jean Tulard (que é um dos meus livros de referência), dedica-lhe uma entrada, que termina assim : «...É um sólido western, dirigido com vigor por John Farrow até ao 'happy end' final». Título brasileiro de «Copper Canyon» : «O Vale da Ambição».
domingo, 23 de dezembro de 2012
A LEI DAS SÉRIES : «THE BIG VALLEY»
Vi grande parte dos episódios desta série western em França, país onde foi divulgada pelo 2º Canal da extinta O.R.T.F.. Isto, no já longínquo ano de 1968. «THE BIG VALLEY» contava -em 112 episódios de 60 minutos cada um- o quotidiano e as aventuras de uma família dirigida pela matriarca Victoria Barkley, cujo papel era interpretado pela consagrada estrela de cinema Barbara Stanwyck. Mas havia mais vedetas nesta simpática série televisiva. Lee Majors e Linda Evans eram duas delas. A acção decorria em finais do século XIX, no fértil vale californiano de San Joaquin, que, curiosamente, o autor destas linhas já teve o prazer de visitar, aquando de uma inesquecível viagem àquelas distantes paragens. Com muitas afinidades com a série (contemporânea e rival) «Bonanza», «THE BIG VALLEY» recorreu também às famosas 'guest stars', indispensáveis para atrair público. Não sei se esta série TV foi exibida na nossa televisão e, caso afirmativo, que título lhe foi dado. Francamente, gostava que -a exemplo do que já foi feito nos Estados Unidos- nos fosse oferecida a possibilidade de a ver numa colecção de DVD'S.
«O LAÇO DO CARRASCO»
Esta película -realizada em 1952 por Roy Huggins- é, com toda a certeza, uma das melhores da filmografia western de Randolph Scott. Actor que, apesar de nunca ter atingido o prestígio de outros actores do seu tempo, não lhes foi inferior. «O LAÇO DO CARRASCO» («Hangman's Knot») conta-nos a história de um grupo de guerrilheiros confederados que assaltou uma diligência carregada de ouro e que dizimou (numa emboscada) a sua escolta de soldados nortistas. Nada de anormal em tempo de guerra. O problema surge quando esses irregulares são informados de que a sua acção decorreu já depois de ter sido assinado o tratado de rendição do general Lee, em Appomatox, e que o seu golpe passa, desde logo, a ser considerado um banal ataque à mão armada, passível de ser julgado severamente por um tribunal civil. Nessas circunstâncias, mas também pelo facto de alguns dos irregulares sulistas cobiçarem e se quererem apropriar dos valores subtraídos ao governo federal, os rebeldes escondem-se numa estação de muda da companhia de diligências; onde acabam por ser cercados por caçadores de recompensas e, também, por gente que ambiciona, pura e simplesmente, apoderar-se do ouro para seu exclusivo proveito.
Excelente fita produzida por Harry Joe Brown (associado de Scott) para a companhia Columbia Pictures. «O LAÇO DO CARRASCO» beneficia do luxo do TechniColor e tem uma duração de 78 minutos. Que, francamente, nos sabem a pouco. No seu elenco artístico figuram, também, Donna Reed, Lee Marvin, Claude Jarman Jr., Frank Faylen e Glenn Langan. Não sei se este filme já tem edição DVD em Portugal. Se tal não for o caso, informo os interessados que uma excelente cópia é vendida em Espanha (onde a fita se intitula «Los Forasteros»), por um preço irrisório, inferior a 10 euros. E mais informo que esse DVD -que tem legendas em português- pode ser adquirido 'on line' sem problemas. No site da DVDgo, por exemplo. O título brasileiro desta película é (uma vez não é costume) idêntico ao usado em Portugal.
RECORDANDO O ACTOR J. CARROL NAISH
O cinema hollywoodiano sempre produziu (desde os tempos heróicos do mudo até aos dias de hoje) um grande número de estrelas. Mas na sombra dessas vedetas, cujos nomes brilham (ou brilharam) como diamantes nas fachadas das grandes salas de espectáculo consagradas à 7ª Arte, trabalharam centenas de actores secundários, que ajudaram ao sucesso dos filmes em que participaram e que, com o decorrer do tempo, acabaram, também eles, por ganhar protagonismo e algum prestígio. Merecidamente ! Um deles foi, indubitavelmente, J. Carrol Naish, cuja fisionomia de americano atípico o levou a representar muitos papéis ditos 'étnicos'. Vimo-lo, assim, interpretar a figura de personagens orientais, de sul-americanos e, sobretudo, de pele-vermelhas. De porte majestático, Naish foi, mais do que uma vez, convidado a colocar-se na posição de líderes ameríndios, que requeriam uma atitude altiva e austera.
Como o exigia, por exemplo, a figura de Sitting Bull (Touro Sentado), 'medecine man' dos Sioux Hunkpapas, que ele encarnou por duas vezes no ecrã. A primeira delas, na película «A Rainha do Circo» («Annie Get Your Gun»), dirigida por George Sidney em 1950; e a segunda, na fita «O Último Guerreiro» («Sitting Bull»), realizada em 1954 por Sidney Salkow. Curiosamente e contrariamente às aparências, este excelente actor (que ganhou 2 óscars, pela sua participação em «Sahara» e em «A Medal for Benny») era de origem irlandesa. Estreou-se nas salas de teatro da Broadway nos anos 20, chegando mais tarde a Hollywood, onde começou a trabalhar em 1930. No seu 'palmarés' figuram muitos westerns, daí a sua grande popularidade junto dos amadores do género. J. Carrol Naish nasceu em Nova Iorque no ano de 1900 e faleceu em La Jolla (Califórnia) com 73 anos de idade. Acho que é justo lembrar estas figuras do cinema, hoje praticamente (e injustamente) esquecidas. É o que farei neste blogue, cada vez que a ocasião se apresentar.
FELIZ NATAL !!!
Com esta bonita e sugestiva tela de T. J. Feeley -intitulada «Welcome Fire»- quero desejar a todos os westernófilos do mundo cristão um FELIZ NATAL. E pedir ao velhote do trenó que, a todos eles traga muitos presentes, de preferência DVD's com cópias de filmes inéditos ! FELIZ NATAL !
sábado, 22 de dezembro de 2012
PROCURA-SE : «RAÍZES FORTES»
Nunca tive a oportunidade de ver esta obra de George Marshall, datada de 1948. Por isso procuro, há muitos anos, uma cópia desta fita sobre a qual ouvi louvar as virtudes. «RAÍZES FORTES» («Tap Roots») é um drama da Guerra Civil (1861-1865) com acção no estado do Mississippi e centrado numa família aristocrática, que, perante a tormenta que se avizinha, tenta preservar a sua neutralidade. Esse desejo é-lhe, no entanto, negado pelos Confederados, que invadem as suas terras e obrigam os seus membros a refugiar-se numa região pantanosa, de difícil acesso; onde eles vão tentar sobreviver... O guião é do conceituado Alan LeMay e o elenco é formado pelos actores Van Heflin, Susan Hayward, Boris Karloff, Julie London e Ward Bond; que monopolizaram os principais papéis. Esta película colorida foi distribuída pelos estúdios Universal International e tem uma duração de 109 minutos.
Que eu saiba, existe uma cópia DVD de «RAÍZES FORTES» comercializada nos Estados Unidos. Mas na Europa, só é possível encontrá-la no Reino Unido, segundo me disseram. Era muito bom que um dos nossos editores de videogramas tivesse a rica ideia de lançar por cá uma cópia, no mercado da venda directa. Os cinéfilos e coleccionadores ficar-lhe-iam muito gratos. Título no Brasil : «Raízes da Paixão»; em Espanha : «Raíces de Pasión»; em França : «Le Sang de la Terre».
Que eu saiba, existe uma cópia DVD de «RAÍZES FORTES» comercializada nos Estados Unidos. Mas na Europa, só é possível encontrá-la no Reino Unido, segundo me disseram. Era muito bom que um dos nossos editores de videogramas tivesse a rica ideia de lançar por cá uma cópia, no mercado da venda directa. Os cinéfilos e coleccionadores ficar-lhe-iam muito gratos. Título no Brasil : «Raízes da Paixão»; em Espanha : «Raíces de Pasión»; em França : «Le Sang de la Terre».
«UMA BALA PARA UM BANDIDO»
«UMA BALA PARA UM BANDIDO» («Bullet for a Badman») foi realizado em 1964 por R. G. Springsteen. Tem por herói Logan Keliher (Audie Murphy), um ex-membro dos Rangers do Texas, que se vê na obrigação de vestir, de novo, a pele de justiceiro, para neutralizar um dos seus antigos colegas de função (e rival no coração de uma mulher), que, agora, prefere assaltar bancos e viver de outras malfeitorias. Esta fita -colorida e com 80 minutos de duração- é uma das derradeiras 'coboiadas' (passe o termo, que só aparentemente é pejorativo) do actor. Curiosamente, nesse mesmo ano de 1964, Audie Murphy protagonizou dois outros westerns : «Sangue Guerreiro» («Apache Rifles», de William Whitney) e «O Pistoleiro Relâmpago» («The Quick Gun», de Sidney Salkow); que não têm a mesma qualidade.
Esta fita foi inspirada num romance de Marvin H. Albert e adaptada ao cinema por Mary e Edward Willingham. Para além do já citado actor, «UMA BALA PARA UM BANDIDO» conta ainda com a participação de Darren McGavin (no papel do mau da fita), de Ruta Lee, de Beverley Owen, de Skip Homeier, etc. É um filme dos estúdios Universal, que já encontrou um editor de DVD's em França, onde se intitula «La Patrouille de la Violence». No Brasil chama-se «Balas para um Bandido».
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