segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
A ILHA DE MANHATTAN - COMPRADA POR UM PUNHADO DE DÓLARES
As pessoas escandanlizam-se ao saberem que a riquíssima ilha de Manhattan (onde palpita, hoje, o coração de Nova Iorque) foi trocada pelos colonizadores holandeses do século XVII por objectos de pacotilha. Cujo valor não ultrapassaria, nos nossos dias, uma trintena de dólares. Na minha modesta opinião, não há razão para tanta indignação. Por duas razões muito simples : a primeira, porque, aquando dessa operação, os Lenapes (ameríndios da família Algonquim que fizeram o 'negócio') talvez não tenham percebido o que se estava a passar. Para esses americanos primitivos, a terra era algo que não se comprava nem vendia e ao receberem as tais pérolas de vidro, as tais facas, os tais espelhos e outra quinquilharia, eles reagiram, muito provavelmente, como gente que recebia presentes daqueles bizarros estrangeiros que lhes bateram à porta. Passe a expressão. Sem se darem realmente conta de que o preço a pagar pelas prendas que lhes foram remetidas durante esse histórico encontro, implicava a alienação de parte do seu território. Afinal, até não terá sido por acaso que os primeiros brancos da actual cidade dos arranha-céus terão construído, rapidamente, uma palissada de defesa num sítio estratégico chamado (em inglês) Wall Street. Isso para se defenderem de eventuais ataques dos pele-vermelhas. Ora, quem não deve não teme. Não é verdade ? A segunda das razões para não criticar os Holandeses seiscentistas de Peter Minuit (que foi quem promoveu a 'compra' no ano de 1626) é que eles até foram muito mais simpáticos e magnânimos do que costumavam ser, na sua generalidade, os exploradores europeus do tempo. Que, tanto nas Américas como em África, ocupavam territórios pela força das armas, sem terem que negociar com quem quer que fosse. Aplicando a política do 'isto aqui é meu e, se o indígena não ficar satisfeito, que leve metralha e espadeiradas'.
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