domingo, 9 de dezembro de 2012
AINDA A PROPÓSITO DE «SOLDADO AZUL»
Infelizmente não vi «SOLDADO AZUL» aquando da sua estreia, que ocorreu em 1970. Só tive a ocasião de ver esta polémica fita de Ralph Nelson, pela primeira vez, alguns anos mais tarde, no cinema Condes, de Lisboa, quando ela ali foi alvo de uma reposição. Lembro-me que foi num Verão do pós-25 de Abril, que me encontrava de férias em Portugal e que passei acidentalmente em frente daquela então prestigiosa sala de cinema da capital, hoje extinta. E que não hesitei um segundo em comprar bilhete para ver uma película que, até então, me fora vedade. Também pelo acaso ou por indisponibilidade. Gostei logo deste western militar, que teve o condão de incomodar muita gente. Sobretudo nos Estados Unidos. É que, quando «SOLDADO AZUL» foi realizado, se estava em plena guerra do Vietnam e houve muitos espectadores que, naturalmente, viram no massacre dos Cheyennes muitas similitudes com aquilo que se estava a passar nos arrozais e nas florestas do Extremo Oriente. Onde casos como o de My Lay foram mais do que aqueles ao qual a imprensa deu cobertura. Só mais tarde, com o aparecimento (a preço módico) da venda directa de cassetes VHS pude adquirir um videograma e tornar a ver esta fita soberbamente interpretada por Candice Berger, Peter Strauss e Donald Pleasence; película que evoca o tratamento desumano dado pelas autoridades militares norte-americanas e pelos seus exércitos às nações autóctones que legitimamente se lhes opuseram nas últimas décadas do século XIX.
Hoje, esta imprescindível fita (que até teve um sucesso universal) já está gravada -em DVD e em 'Blu-ray- para regozijo de todos os cinéfilos. Para regozijo daqueles que vêem na chamada 7ª Arte o melhor espectáculo do mundo, mas também para os outros. Para aqueles para quem o cinema ajuda a melhor compreender a História. «SOLDADO AZUL» («Soldier Blue») tem uma duração de 114 minutos e foi filmado em Scope e a cores. E é, indubitavelmente, um filme a não perder !
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